quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Solenidade de Santa Clara no Ano Jubilar

Nossa Festa da Mãe Santa Clara, neste Ano Jubilar, foi realmente especial. Já nos dias da Novena, que nos preparavam para a grande solenidade, pudemos vivenciar a grande fé e devoção dos numerosos fiéis que se dirigiam até ao Mosteiro para rezarmos juntos, pedindo a interseção da Mãe Santa Clara para as mais diversas dificuldades. Rezávamos juntos o Terço, a Novena e alguns até rezavam conosco as Vésperas do Ofício Divino. A relíquia da Mãe Santa Clara esteve sempre sobre o Altar e enquanto entoávamos um cântico clariano, as pessoas formavam fila para oscular a Relíquia e fazerem sua oração pessoal. Foram momentos realmente marcantes para todas nós.

No grande dia 11 de agosto, na solene celebração Eucarística das 10 horas, se fizeram presentes uns 40 Sacerdotes, dois Bispos, além dos Freis, Diáconos e Seminaristas de nossa Diocese. A nossa Igreja estava superlotada. Nosso querido Bispo Dom Luciano foi muito feliz em ter convidado Dom João Messi, Bispo emérito de Barra do Piraí-Volta Redonda para presidir à Celebração. Todo o mundo diz que a sua homilia foi super cativante. Na verdade a nossa Igreja era um bocadinho do céu. A Prefeita de Nova Iguaçu, Sheila Gama, que há poucos meses asfaltou a nossa rua também estava presente e participou do almoço com os Padres. Nosso Refeitório é grande, mas estava repleto. A alegria era a nota predominante. A Mãe Clara devia sentir-se bem feliz...

Frei Raimundo, OFM, o Assistente Nacional das Clarissas do Brasil, passou o dia conosco. Rezamos juntos as Laudes, ele concelebrou a Eucaristia das 10 horas, almoçou conosco e depois ainda fez-nos uma palestra.

Às 16 horas tivemos a Santa Missa com a celebração do Trânsito de nossa Mãe Santa Clara, desta vez presidida pelo Sacerdote Diocesano, Pe. Ricardo Nunes, contando com grande número de fiéis. A Fraternidade da OFS do Convento de Santo Antônio, do Rio de Janeiro fez-se presente. A celebração foi bem solene e ao findar da mesma, tivemos um convívio bem fraterno no locutório.

Por volta das 20:30h tivemos mais uma Celebração Eucarística, desta vez presidida pelo Pe. Vicente, MSC e animada pelos adoradores noturnos da Paróquia São Judas Tadeu, em Heliópolis. Os numerosos jovens com seus cânticos e orações a Santa Clara abrilhantaram ainda mais este dia tão festivo em honra de nossa Seráfica Mãe.

Fechamos assim, com chave de ouro, o dia 11 de agosto, em honra da Mãe Santa Clara.




















sexta-feira, 8 de julho de 2011

Convite de Santa Clara

Suas Irmãs Clarissas, na vivência do Ano Jubilar Clariano, vêm convidar-vos a participar conosco das cerimônias em honra de Santa Clara de Assis a serem realizadas na Capela de nosso Mosteiro.

Temos a alegria de comunicar que durante todo o Ano Jubilar Clariano, que se estende até 11 de agosto de 2012, todos os que visitarem a Igreja de um Mosteiro da Ordem de Santa Clara, observando as prescrições da Santa Mãe Igreja* poderão lucrar a Indulgência Plenária.

Desde já agradecemos pela vossa presença amiga e permanecemos muito unidas pela oração.

*Verdadeiramente contrito, rezar um Pai-Nosso, o Credo mais um Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai, pelas intenções do Santo Padre.

Programa:

02 a 10 de Agosto, às 16 horas: Novena a Santa Clara de Assis.

Dia 11 de agosto, às 10 horas: Solene Concelebração Eucarística em honra de Santa Clara de Assis, presidida por Dom Frei João Maria Messi, OSM, Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda-RJ, contando com a presença de nosso Bispo Diocesano Dom Luciano Bergamin, CRL e os Sacerdotes de nossa Diocese.

Dia 11 de agosto, às 16 horas: Solene Celebração Eucarística em comemoração do glorioso Trânsito de nossa Mãe Santa Clara.

Durante todos os dias comemorativos estará em exposição, na Capela, uma autêntica relíquia de Santa Clara de Assis, para que todos possam tocar, oscular e implorar sua intercessão.




domingo, 29 de maio de 2011

Santa Missa com os Srs. Bispos do Regional Leste 1 da CNBB


















No dia 02 de Junho, às 08 horas, tivemos a grande graça da presença em nosso Mosteiro dos Bispos da Província Eclesiástica de São Sebastião do Rio de Janeiro, Regional Leste 1 da CNBB.
A Santa Missa foi presidida pelo Arcebispo Dom Orani João Tempesta, Ocist e concelebrada por Dom Assis Lopes, Dom Antônio Augusto, Dom Pedro Cunha, Dom Paulo Cézar, Dom Frei João Messi, OSM, Dom Frei José Ubiratan, OFMCap, Dom Frei Elias, OFMConv, Dom José Francisco e nosso Bispo Dom Luciano, CRL.
Muitos fiéis se fizeram presentes em nossa Capela neste este evento tão singular.
Após a Santa Missa tomamos o café da manhã com os Srs. Bispos, em nosso Refeitório.
Agradecemos ao Bom Deus por no ter proporcionado tão grande graça neste Ano Jubilar Clariano. Paz e Bem!

sábado, 21 de maio de 2011

Mês de Maio - Visita do Sr. Núncio Apostólico

No dia 02 de maio tivemos a grande graça de receber em nosso Mosteiro a visita do Sr. Núncio Apostólico do Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri.
Presente em nossa Diocese para as comemorações dos 25 anos do Seminário Interdiocesano Paulo VI, Dom Lorenzo agraciou-nos com sua tão especial visita. É a segunda vez que o temos em nosso Mosteiro. No ano de 2005, O Sr. Núncio Apostólico presidiu em nossa capela a Santa Missa em honra de Santo Antônio, padroeiro de nossa Diocese.


Segue abaixo, a imagem de Nossa Senhora de Fátima ornamentada para a festa do 13 de maio.


Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Abertura do Jubileu Clariano e Semana Santa




No dia 16 de abril, em que celebramos a Profissão de Nosso Pai São Francisco, houve renovação individual dos Santos Votos, durante a vigília de adoração ao Santíssimo Sacramento, em preparação para o início do Jubileu de 800 anos da Ordem de Santa Clara.
A 17 de abril tivemos a Santa Missa dos Ramos presidida pelo Frei Arcângelo, OFM. Inicialmente no pátio externo do Mosteiro com a bênção e procissão dos Ramos, seguindo até a Capela, dando continuidade à cerimônia.
O Dr. Onir Perez, Ministro da Palavra e benfeitor de nosso Mosteiro, ao final da Santa Missa proferiu o discurso referindo-se ao início do Ano Jubilar Clariano e dos 25 anos da chegada de nossas Irmãs Fundadoras, enfatizando a importância da presença do nosso Mosteiro na Baixada Fluminense.
Ao café da manhã, prestamos afetuosa homenagem às nossas Irmãs Fundadoras, com o canto da saudação, o oferecimento do Ramalhete Espiritual e, como não podia faltar, o bolo partilhado.
Após as Completas, diante do Santíssimo solenemente exposto, realizamos comunitariamente a celebração do início do Ano Jubilar, segundo o subsídio preparado pela FFB, ao qual fizemos algumas adaptações. Nos unimos assim a toda a Família Franciscana neste evento tão singular dos 800 anos da Fundação de nossa Ordem.
Na Segunda-Feira Santa, nosso Bispo Dom Luciano Presidiu à Santa Missa, concelebrada pelo nosso Assistente, Frei José Pereira,OFM e pelo Sacerdote Diocesano, Pe. Leandro. A seguir, participamos da Ceia Pascal Judaica, conforme o subsídio elaborado pelo Biblista Francisco Orofino, a nós oferecido pelo nosso Bispo.
Quinta-Feira Santa tivemos a oportunidade de comemorar o início do Ano Jubilar Clariano e os 25 anos da chegada das Irmãs Fundadoras contando com a fraternal presença de membros da OFM, OFS e JUFRA de Nilópolis.
Márcio Bernardo (secretário fraterno regional da JUFRA-SE2) e Rafael Sant’Anna (secretário de finanças regional da JUFRA-SE2), Jefferson Machado (ministro local da OFS) e João Lellis (vice-ministro local da OFS) da igreja de Nossa Senhora Aparecida – Nilópolis, se uniram aos frades (OFM) Diego Melo, Jit Manuel Castillo (visitante da República Dominicana) e Douglas Paulo Machado.
Neste convívio bem fraterno, nossos Irmãos nos cantaram duas músicas com o tema de Santa Clara. Tivemos a oportunidade de partilhar as dificuldades e as alegrias da caminhada e enfatizarmos a estreita relação entre a 1ª e 3ª Ordem com as Irmãs Clarissas.
Foi lembrada também a grande contribuição de Dom Adriano Hipólito, falecido em 1996, fundador de nosso Mosteiro, que rezou 16 anos para ter um Mosteiro de Vida Contemplativa em sua Diocese.
Com a Bênção da mãe Santa Clara, fechamos com chave de ouro este belo e fraternal convívio.
A Santa-Missa do Lava-Pés contou com grande número de fiéis e ficamos felizes pela participação fervorosa durante a Adoração Eucarística que se seguiu.
Às 3 horas da tarde da Sexta-Feira santa teve início a Via Sacra seguida da Ação Litúrgica da Paixão do Senhor, presidida por Frei Arcângelo, OFM. Tivemos boa quantidade de fiéis, além de membros de congregações franciscanas. Mais uma vez, recordamos o amor apaixonado de nossos Seráficos Pais pelo Cristo Pobre, Humilde e Crucificado.
No Sábado Sábado, a solene Vigília Pascal com a Liturgia do Fogo, da Palavra, da Água, e a Eucaristia, teve seu início às 20 horas, também presidida por Frei Arcângelo, contando com boa participação dos fiéis.
Especialmente para esta Celebração, foi preparado o Círio Pascal com o Crucificado de São Damião, de modo a dar ênfase ao Jubileu Clariano que estamos celebrando. Os fiéis captaram bem o simbolismo.
No Domingo de Páscoa, tivemos a Santa Missa às 9h30min, presidida por Frei Arcângelo. A numerosa assembléia reunida foi informada da grande graça da Indulgência Plenária para o Ano Jubilar Clariano e Frei Arcângelo fez questão de rezarmos todos juntos as orações prescritas pela Santa Igreja. Interessante que estávamos sem energia elétrica durante a Santa Missa. No momento em que todos estavam rezar o Pai Nosso, as luzes se acenderam e acolhemos aquilo como um momento de pura graça!
Assim iniciamos, com grande alegria, as comemorações do Ano Jubilar Clariano em nosso Mosteiro de Santa Clara – Nova Iguaçu.
Em louvor de Cristo. Amém.

sábado, 16 de abril de 2011

Início do Ano Jubilar Clariano

800 ANOS DA FUNDAÇÃO DE NOSSA ORDEM

Num longínquo Domingo de Ramos de 1212 teve início uma empolgante aventura que ainda não chegou ao fim. Ela continua na Historia da Igreja e da Humanidade: A jovem Clara Ofreduccio, apaixonada por Cristo, rompe as amarras que a prendem à vida faustosa, a exemplo de Francisco, e sai alta noite pela porta secreta. Na pequenina Igreja de Santa Maria dos Anjos, celebra as suas bodas consagrando-se Àquele que a cativou. Nessa mesma noite, lançada a semente à terra, começa a germinar a nova Ordem das Irmãs Pobres, hoje mais conhecidas por Irmãs Clarissas. 1212 / 2012 - Contemplar Clara de Assis oitocentos anos depois é contemplar a ternura de Deus. Bento XVI recentemente disse: "um cristão é um coração que vê". Clara viu verdadeiramente mais alto e mais longe; viu o infinito. Acolheu a bondade de Deus no seu coração virgem e deu fruto abundante no jardim da Santa Igreja. Clara "a mulher Cristã" continua a ser para nós, Irmãs Clarissas, modelo e luz no seguimento de Cristo pobre e crucificado. Por isso celebramos com júbilo o oitavo centenário da nossa Ordem.

ORAÇÃO

Altíssimo, Pai de Misericórdia, por vossa graça, iluminastes nossa Mãe Santa Clara, com o esplendor do Cristo Crucificado e Ressuscitado, seu amado Esposo, a fim de que, por uma vida vivida no amor, brilhasse como luz radiosa!

Louvado sejais, meu Senhor, pelos 800 anos de encantamento recíproco, em que firmastes uma aliança de amor com o Poverello, sua Plantinha e seus seguidores.

Louvado sejais, meu senhor, pelo nosso carisma, tão antigo, tão novo e tão especialmente belo, capaz de responder aos anseios mais profundos de nossa humanidade sedenta do infinito.

Concedei-nos, Senhor, a audácia de um testemunho encarnado e enraizado no Santo Evangelho. Que a exemplo de tão extraordinária Mãe, possamos caminhar na liberdade, com passo ligeiro e pé seguro a via da altíssima pobreza, da jovial alegria, do silêncio fecundo, da santa unidade e da contemplação.

Ajudai-nos, Senhor, a não perdermos de vista nosso ponto e partida e continuarmos com alegria e entusiasmo nosso posto de guardiãs do carisma confiado a nós.

Nosso pai São Francisco e nossa mãe Santa Clara nos abençoem, como podem e mais do que podem. Amém.

terça-feira, 12 de abril de 2011

25 anos da chegada das Irmãs Fundadoras ao Brasil

Irmãs Fundadoras com o Irmão Bispo Dom Adriano (1986)

Como tudo começou...

Nossa presença é fruto da oração de 16 anos de um Bispo, filho do Pai São Francisco que sofrendo com a violência em sua Diocese, rezava incessantemente a Jesus, lhe proporcionasse a presença de um Mosteiro de Vida Contemplativa em sua Diocese. Pediu em vários Mosteiros do Brasil, mas não era fácil. Finalmente, a 11 de Agosto de 1982, viajando com destino à Alemanha passou por Lisboa e foi almoçar precisamente no Convento Franciscano construído na casa onde Santo Antônio tinha nascido. O guardião deste Convento era o Assistente Nacional das Irmãs Clarissas em Portugal.

À mesa, Dom Adriano expõe o seu desejo. Logo nosso Assistente lhe prometeu dar um ‘jeitinho’. Daí surgiu a 3ª Fundação do nosso Mosteiro. Em Fevereiro de 1983 viemos ver o terreno.

Bênção da primeira pedra

No dia 02 de março Dom Adriano presidiu à Bênção da primeira pedra, precisamente no cimo desta colina que ele denominou – colina de Santa Clara. Presentes o Rev.mo Frei José do Nascimento Barreira, Assistente da Federação das Clarissas em Portugal, a Madre Maria Angélica do Menino Jesus e a Irmã Maria Conceição da Imaculada. Chovia, dificultando a subida dos carros de muitos Padres da Diocese e também religiosas e pessoas amigas. Não faltaram em grande número as criancinhas pobres.

A despedida

A 16 de abril de 1986 deixávamos o nosso muito amado Mosteiro no dia em que celebrávamos 55 anos de sua Fundação, rumo ao Brasil. Como se vivia a ditadura militar não foi fácil. Mas, como dizia Dom Adriano, na antevéspera de sua morte, ‘não foi o governo que proporcionou a demora, ele foi simplesmente um instrumento que o Pai se serviu para determinar a hora dEle. Dizia Dom Adriano: ‘se as Irmãs vinham logo certamente teriam desistido, porque foram nestes três anos de espera que se efetuaram as obras da construção do Seminário e logo se deu início às obras do Mosteiro com a nossa presença bem perto.

A chegada ao Brasil

No Aeroporto nos esperavam as Irmãs do serviço externo do Mosteiro da Gávea com o pedido da querida Madre Pacífica de passarmos lá oito dias. Foi um presente do Pai que nos proporcionou refazer todas essas emoções da despedida. Todos os dias as queridas Irmãs faziam festinha para nós, sentíamo-nos em ‘casa’. Ficamos muito gratas à querida Madre Pacífica e sua Comunidade.

Como nossa saída foi antecipada 15 dias, Dom Adriano se encontrava em Itaici, na Assembléia dos Bispos, e ao receber a notícia interrompeu a Assembléia e veio receber-nos no Aeroporto do Rio de Janeiro. Ele chorou quando nos viu pisar solo brasileiro.

Na Casa provisória

No dia 25 de abril tivemos a primeira Eucaristia celebrada na capelinha de nossa Casa provisória, cedida com muito carinho pelos Padres Espiritanos, na pessoa do grande amigo Padre Francisco, que colocou ao nosso dispor todo o recheio da mesma.

A Casa era anexa à de Dom Adriano que assumiu tudo quanto era necessário para nossa manutenção. Entretanto, em Agosto se iniciaram as obras do Mosteiro determinando-se a sua inauguração para 13 de maio de 1989.

Inauguração do Mosteiro

Precisamente no dia previsto, às nove horas, a cerimônia teve seu início, com Dom Adriano a presidir, na companhia de Monsenhor Michel e os Srs. Bispos presentes, assim como todos os Padres de nossa Diocese, Frei Estevão e outros nossos Irmãos Franciscanos, nosso Assistente de Portugal, nosso querido Frei Atamil que se encontrava em Mato Grosso, e muitas Irmãs Religiosas, incluindo as queridas Irmãs do Mosteiro da Gávea.

Foi grande a participação dos fiéis do bairro e de longe, de modo que o templo ficou lateralmente cheio e muitos fora dele.

A cerimônia começou pela bênção do Altar, com a relíquia própria, seguida de bênção da Igreja, finalizando com a celebração da Eucaristia.

Abertura do Clero ao Mosteiro

Durante os três anos que estivemos na Casa provisória Dom Adriano celebrava para nós todos os dias. No mês de Setembro na sua ida à Alemanha deixava aos cuidados do Padre Guilherme, nosso Pároco. Foi uma belíssima experiência, cada dia tínhamos um Padre da Diocese a celebrar para nós e daí a grande abertura do nosso clero ao Mosteiro.

Passados 25 anos nunca nos faltou a Eucaristia diária, incluindo Vigília de Natal, à meia noite, as cerimônias da Semana Santa com a Vigília Pascal. Esta abertura continua até hoje. Basta vermos o grande número de Sacerdotes na festa de Santa Clara, concelebrando com o nosso Bispo. Nestes últimos anos oscila entre 38 a 42 Sacerdotes.

Consagração da Igreja

Dom Adriano era dum cuidado mesmo paternal. Alimentava o desejo de consagrar nossa Igreja e o fez no dia 17 de Setembro de 1993, na presença da quase totalidade dos Padres da Diocese, consumando assim a sua obra. Pouco depois ficou Bispo Emérito vindo a falecer a 10 de agosto de 1996.

Busto de Dom Adriano na entrada da Capela

Dois anos depois, 10/08/98, Dom Werner deixou-nos na entrada do Pátio da Capela, um Busto de Dom Adriano, em pedra, presente dum grande amigo de Colônia, a quando das suas visitas à mesma Diocese.

Interessante que esse Busto esteve para ser colocado em vários lugares: Seminário, Catedral, Cúria, mas aqui era o seu lugar. Depois de uma Missa bem solene com a maior parte dos Sacerdotes da Diocese em nossa Igreja, o Busto lá foi colocado. No coração de Dom Adriano certamente existia esse desejo.

O ‘nosso Mosteiro’ no coração do Irmão Bispo

Dom Adriano não receava afirmar perante a Diocese que de todas as obras que tinha construído, a que estava bem no seu coração era ‘o nosso Mosteiro’, palavras dele. Na verdade, Dom Adriano construiu o Seminário para cinco Dioceses, Centro de Direitos Humanos, Catedral, Mitra, Centro de Formação e muitas casinhas para os mais pobres. Falar de Dom Adriano é algo que nunca se esgota. E por tudo isto e o que permanece no silêncio, a nossa mais profunda gratidão e a alegria de estarmos bem no coração desta Igreja que continua na pessoa do nosso querido Bispo Dom Luciano a ser um verdadeiro Pai e Pastor.

Todas as Segundas o nosso Bispo celebra para nós, dá-nos aula de Sagrada escritura, ou estuda conosco algum documento da Igreja, como o Documento de Aparecida, providenciando um exemplar para cada Irmã. Depois, em conjunto, janta conosco como um Pai rodeado de suas filhas.

Aproveitamos por pedir humildemente às vossas piedosas preces, para que sejamos sempre fiéis ao chamado de nosso amado Esposo Jesus Cristo Pobre, Humilde, e Crucificado.

Em louvor de Cristo, amém!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Carta por ocasião do 8º Centenário
da Fundação da Ordem de Santa Clara

No próximo Domingo de Ramos, 17 de abril de 2011, terá início o VIII Centenário da Consagração de Santa Clara na Porciúncula e, de certo modo, o 8º Centenário de fundação da Segunda Ordem Franciscana, a das Irmãs Pobres de Santa Clara. Para celebrar este momento, os Ministros Gerais da Primeira Ordem e da TOR escreveram uma carta, que está na íntegra abaixo, e também para lembrar a celebração da 15ª Jornada Mundial da Vida Consagrada e como preparação para o jubileu das Clarissas.

CONFERÊNCIA DOS MINISTROS GERAIS
DA 1ª ORDEM E DA TOR

CARTA POR OCASIÃO DO OITAVO CENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO DA ORDEM DAS IRMÃS POBRES DE SANTA CLARA


O Senhor conceda a paz a todas vós, Irmãs Pobres de Santa Clara.

É ainda forte o eco da celebração da fundação da 1ª Ordem Franciscana e agora estamos todos voltados para o ano 2012, para dar graças ao Senhor pelos 800 anos da consagração de Clara na Porciúncula. O acontecimento não é uma comemoração de um passado glorioso, mas um evento em
que se faz memória, com o intuito de “obter também da história ulterior um impulso para renovar a vontade de servir à Igreja.”(1)

Chamadas pelo Espírito a seguir o Cristo pobre, crucificado e ressuscitado, vivendo o santo Evangelho em obediência, sem nada de próprio e em castidade, vós sois guardiãs do carisma clariano, mulheres consagradas que interagem com o mundo, contemplando os sinais que o Espírito
semeia e difunde na historia. Na escuta de Deus, vós falais ainda hoje ao coração dos homens e das mulheres do nosso tempo com a linguagem do amor, cujas palavras se fundam na raiz da existência habitada por Deus.

MANTENHAM FIRME O PONTO DE PARTIDA
Fazer memória da própria vocação é uma ocasião de rever as motivações do sim pessoal a Deus. Relendo a sua história vocacional, retornais ao encontro com o Senhor que aconteceu através da Palavra, de uma pessoa, de um acontecimento, de uma experiência. Após as dificuldades iniciais,
vós decidis seguir Jesus Cristo, deixando-se determinar por Ele e por seu Evangelho. A experiência de Francisco e de Clara as atraiu e, hoje, o sim deles a Cristo se prolonga no tempo através de vós.
Conscientes de que várias vicissitudes favoreceram ou condicionaram a pureza da vossa “Forma de vida”, e que diversas sedimentações seculares transformaram por vezes a intuição original, estamos convencidos de que o aniversário de fundação da vossa Ordem não pode limitar-se a uma simples recordação.

O que queremos celebrar juntos: a recordação de uma regra ou a memória da história de Deus que caminha convosco, perpetuada no tempo e que ainda hoje suscita em vós a paixão para “observar o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem nada de próprio e em castidade”? (2) Como trazer novamente à luz, na sua totalidade, a Forma de vida que torna visível e credível a todos que “para nós o Filho de Deus se fez caminho que nos mostrou e ensinou com a palavra e com o exemplo o nosso beatíssimo padre Francisco, o seu verdadeiro e apaixonado imitador”.(3)

Como vós podeis ainda hoje ser, na igreja e para toda a família franciscana, memória viva daquilo que todos nós, como batizados, somos chamados a viver? Sabemos que vós dedicais as melhores energias afim de serem fiéis àquilo que escolheram e prometeram e, justamente por isso, percebemos a urgência de reler junto convosco, neste momento histórico, as coordenadas da vossa vida de Irmãs Pobres colocadas por Deus na Igreja, na Família Franciscana e no mundo.

> PARA VIVER O EVANGELHO...
Em uma sociedade bombardeada por imagens, onde o indivíduo é impulsionado a buscar uma contínua representação de si, vós sois chamadas pelo Espírito a serem um simples sinal da presença de Deus. Sabemos que não é sempre fácil, sobretudo quando isso exige uma continua conversão evangélica da mente, do coração, do comportamento, das estruturas de personalidade, para serem significativas e para não caírem na fácil competição mundana, sem negociar o essencial da vossa
vida.

Enquanto a mensagem comunicada pelo testemunho de vocês é expressa através das estruturas, dos sinais e símbolos, a Regra escrita por Clara pede hoje às suas filhas uma vida evangélica vivida na pobreza sine glossa. Sabemos que nas fraternidades o Espírito de Deus impulsiona a buscar, a
discernir evangelicamente, para manter alerta a atenção e avaliar as estruturas que não permitem o reflexo imediato da presença de Deus. Vós sois, pois, chamadas a reler os sinais e símbolos a fim de que sejam compreensíveis, neste tempo em que tudo é questionável. Também o sagrado, que não remete para a alteridade de Deus, corre o risco de cair na lógica do consumo.

Aos consagrados e consagradas se pede de manifestar o absoluto de Deus. Vós, de um modo particular, sois chamadas a viver uma vida fundada sobre os sinais e os símbolos que não remetem ao vazio de um estéril doutrinamento, ritualismo ou ativismo, mas que saibam conjugar hoje as
raízes do passado e a profecia do futuro: estruturas, sinais e símbolos que simplesmente fazem ver Deus.

Como podeis ser testemunhas da sua presença através da Forma de vida que um dia o Espírito confiou a Clara e que continua a confiar a vocês neste tempo em que parecem faltar os parâmetros mais elementares da existência?

Enquanto o mundo gira vertiginosamente, vós, na estabilidade, manifestais Deus sempre à escuta dos homens e das mulheres do nosso tempo, para amá-los.

Alimentando-se da Palavra de Deus, vós a encarnais no cotidiano através da obediência na fé (4). A fé em Cristo não é um acontecimento adquirido uma vez por todas, mas é um dom do Espírito. Essa fé pede uma educação permanente, e por esta razão é celebrada, professada e vivida. Através do
cuidado na liturgia, vós testemunhais que Deus, o Pai que se faz próximo de toda criatura, chama a humanidade a estar na história, na sua presença. Vós vos tornais, no cotidiano, presença visível da busca do rosto de Deus, como os peregrinos no mundo e os mendigos de sentido.
Se a liturgia dá forma a nossa fé, esta, por sua vez, para ser credível deve encontrar respaldo no cotidiano da vida em nível pessoal e fraterno. Não é suficiente, de fato, pensar que basta crer, é necessário que o Mistério celebrado assuma em cada um e cada uma o rosto de Cristo. Ainda hoje
está presente a idéia da separação entre fé e vida.

Vós nos ajudais a rever as nossas celebrações: o cuidado com a Liturgia das Horas e com a Eucaristia, enquanto constantemente orientado ao louvor de Deus, deve permitir a quem participa experimentar, através da simplicidade clariana, a graça da presença do Senhor ressuscitado.
Deixando-se transformar pelo Espírito e moldar pelo Evangelho, sois mulheres consagradas que se entregam a Deus. Através do exemplo de Francisco e Clara, vós, Irmãs Pobres, conservais, como a Virgem, Aquele que contém cada uma e todas as coisas (5). Testemunhais no silêncio a “contemplação do Cristo do Evangelho, amando-o intensamente, imitando as suas virtudes(6)”.

Vós nos narrais, assim, com a vossa vida aquilo que escutais; aquilo que vedes com vossos olhos, Aquele que contemplais e o que vossas mãos tocam do Verbo da Vida (7). Continuais a anunciar com a vossa existência, vivendo a dimensão mística, que Deus existe, que Deus é amor.(8)

Neste mundo que parece indiferente a Deus, sois chamadas a serem referência da presença do Mistério que tem o rosto do Pai. Somente buscando com paixão o Cristo e seu Reino é que podemos
nos aproximar dos homens e das mulheres do nosso tempo com esperança no coração, conscientes de fazer parte da mesma caminhada. Vós nos fazeis ver a beleza de sentir-nos sempre como pessoas
a caminho, que a cada dia comprometem a vida com Deus na história.

A experiência contemplativa de Clara nos interroga. Assim como ela convida Inês a colocar-se por inteira na imagem de Jesus Cristo (cf.3In 12-13), ainda hoje pede a vós a deixar-se transformar pela contemplação, a doar a vossa existência, na busca incessante de Deus, a fim de libertar-se de tudo o que ocupa o lugar de Deus e de amar até o fim.

Se o hoje de Deus pede aos cristãos de serem adultos na fé, com maior razão a vós, mulheres consagradas, é exigida uma fé adulta, que saiba contar a experiência inédita do encontro com o Senhor, para responder com esperança, em qualquer lugar em que estiverem, às inquietações mais
profundas dos homens e das mulheres do nosso tempo. Somente quem continuamente caminha sob o olhar de Deus pode colocar-se na escuta dos que buscam um sentido para a vida.

Obrigado pela vossa busca incansável de Deus: a liberdade vivida nele é um convite a mergulhar todos os dias no Mistério, a crer que Deus existe, porque o encontraram.

> COMO POBRES…
Nestes tempos em que alguns poucos no mundo navegam na abundância e grande parte das pessoas não tem com o que comer; a vós, Irmãs Pobres de S. Clara, Francisco continua a confiar sua última vontade:

“Eu, Frei Francisco pequenino, quero seguir a vida e a pobreza de nosso altíssimo Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe Santíssima e perseverar nela até o fim. E rogo-vos, senhoras minhas, e dou-vos o conselho para que vivais sempre nesta santíssima vida e pobreza. E estai muito atentas para, de maneira alguma, nunca vos afastardes dela por doutrina ou conselho de alguém.(9)”

Vós, Irmãs Pobres de S. Clara, sois colocadas por Deus em uma realidade concreta para serem sinais de contradição; não porque defendeis as estruturas, mas porque escolhestes, como pobres, viver a cada dia a radicalidade do Evangelho.

Cada fraternidade se torna sinal alternativo nos lugares de opulência e sinal de esperança entre aqueles que vivem na precariedade, através do testemunho da própria entrega e da confiança no Pai, revelado por Jesus Cristo. Não uma pobreza ideológica ou intelectual, mas um estilo de vida que testemunha a confiança total no Pai, que toma forma no cotidiano da existência. Não faltam, de fato, no mundo algumas experiências de fraternidades que escolhem “testemunhar uma vida extremamente sóbria, para serem solidárias com os pobres e confiarem somente na Providencia,
viver cada dia da Providencia, na confiança de colocar-se nas mãos de Deus(10)”

Não permitais que nada nem ninguém as desviem do seu propósito. Verifiquem, antes, se a diversidade de pensamentos no interior da Ordem se fundamenta na busca conjunta de serem fiéis a Jesus Cristo e ao seu Evangelho, ou se a defesa de estilos de vida não remete mais ao Altíssimo.
Deus continua a chamar alguns para serem profetas, não para auto-promover-se, mas para serem sinais do seu amor, da sua proximidade à humanidade. “O Senhor disse: Eu vi a miséria do meu povo no Egito e ouvi o seu clamor... conheço o seu sofrimento.(11)”

Vós nos falais, a partir de um estilo de vida pobre, sóbrio e humilde, da vossa fé na Providência de Deus: - “A pobreza é o sinal de pertença a Ele, é uma garantia de credibilidade de que o Reino já se faz presente em meio a nós. Um sinal sempre mais convincente aos nossos dias, quando se trata de uma pobreza vivida em fraternidade, com um estilo de vida simples e essencial, expressão de comunhão e de abandono à vontade de Deus(12) “

Vós nos ajudais a degustar a alegria da liberdade porque, contemplando, vocês vêem Deus em cada aspecto da vida. Demonstrais-nos que não seguem as modas de hoje, que não estão em concorrência com o mundanismo, onde as aparências, a auto-exacerbação, individualismo, a auto-referência pretendem desvanecer a obra-prima de Deus. Vós nos contais a sua história com Deus que se nutre do silêncio, da escuta, da profundidade espiritual.

Vivendo na estabilidade, vós nos indicais o que é verdadeiramente essencial, belo, autêntico. Sabemos que Deus é a verdadeira riqueza do coração humano (13) e que a pobreza nos faz livres da escravidão das coisas e das necessidades artificiais para as quais a sociedade de consumo nos empurra: vós nos ajudais a redescobrir que Cristo é o único tesouro pelo qual vale a pena viver verdadeiramente.(14). Para Clara e para Francisco, a “santíssima pobreza” não é simplesmente uma virtude, nem somente uma renúncia às coisas, mas é sobretudo um nome e um rosto: o rosto de Jesus Cristo Pobre e Crucificado (cfr. 2 LAg 19). Para os dois, a contemplação de Cristo pobre não se reduz a uma bela teoria mística do distanciamento do mundo, mas se encarna em uma pobreza real, concreta, essencial.(15) Vejamos o testemunho deles: todos os dois amaram a pobreza para seguir Cristo com dedicação e liberdade total e continuam a ser, também para nós, um convite a cultivar a pobreza interior para crescer na fidelidade a Deus, unindo também um estilo de vida sóbrio e um
desapego dos bens materiais.(16)

Chamadas a seguir, na forma, o Cristo pobre, a abraçar pois a liberdade, deveis encontrar, se necessário, novas formas para exprimi-la (17) com espírito profético, através de «um testemunho mais claro de pobreza pessoal e coletiva [...] (18) », assim como fizeram Francisco e Clara. A inculturação de algumas fraternidades que partilham com os pobres sua vida é algo que às vezes impressiona. Quando partilhais com os que nada possuem, quando escolheis viver do estritamente necessário, quando não acumulais, quando vos confiais à fraternidade, vós fazeis crer na escolha da pobreza, porque viveis a sua fé em Deus Pai que cuida da humanidade.

> EM SANTA UNIDADE
O mundo atual, imerso na aldeia global, arrisca de se tornar um palco cênico, onde todos e, ao mesmo tempo, ninguém se move. A multidão, de fato, arrisca permanecer embriagada na rede do anonimato: indivíduos que perdem o sentido de pertença à família, ao grupo, à história, e parecem
avançar sem ter um nome próprio e sem reconhecer que existe um tu.

Vós, ainda que em um mosteiro, viveis neste mundo, onde se multiplicam os “não-lugares” e onde tudo concorre para estruturar a vida fora do tempo e sem sentido. As pessoas com freqüência giram sem consciência da própria identidade, pobres na comunicação com os outros com quem
estabelecem relacionamentos que se nutrem freqüentemente da superficialidade.

Vós, na estabilidade, refletis na historia a presença de Deus que dá sentido ao viver cotidiano. Sois um sinal importante na Igreja, na Família Franciscana e no mundo, porque neste tempo em que cada um reivindica os próprios direitos, ou vive em função de si próprio, vós continuais a narrar, através de suas relações fraternais, que é ainda possível apostar no amor.

Em um mundo que quer reduzir o individuo a um ser consumista, imerso nas leis do grande mercado, apostais no relacionamento autêntico, que se nutre do silêncio, da escuta, da espera, do perdão, da gratuidade, do dom, da entrega na fé, do respeito pela diversidade de papéis, de relações
que tem por objetivo fazer com que a pessoa cresça na liberdade, segundo a estatura de Cristo. Hoje, de fato, enquanto a mentalidade corrente é de andar na direção do nivelamento dos papéis, demonstrais como ser “esposa, mãe e irmã (19)” nas suas fraternidades, conjugando firmeza e doçura, autoridade e empatia, responsabilidade e liberdade, autonomia e confiança.

Acolhendo cada irmã como única e insubstituível, revelais ao mundo a obra-prima de Deus, que faz parte da obra da criação que vós salvaguardais. Amais a cada pessoa na sua integralidade, no nível biológico, psicológico e espiritual, iluminada pelo Espírito, e que não pode ser reduzida a uma única
dimensão.

Aos exemplos sempre mais presentes de intolerância, de desrespeito, de suspeita, de opressão, respondeis caminhando umas com as outras, e juntas como fraternidade, no coração dos homens e das mulheres do nosso tempo, em diálogo com todos aqueles que batem a sua porta. Vós nos ajudais a tornar-nos pessoas de escuta, a incentivar relações evangélicas, profundamente humanas; que buscam a acolhida de cada outra pessoa. É significativo para nós ver que nas coisas simples
buscais sempre mais a felicidades dos outros, desejam “ser” para o outro.(20)

Chegando na contemplação a um novo modo de ser mulher consagrada, aprendeis na escola do Espírito a conjugar a constante atenção a Deus e às irmãs. Percebemos em vós um contínuo caminho para libertar-se de toda forma de egoísmo. Não vos preocupais em estar, a todo custo, no
centro do universo: viveis segundo a economia do dom, segundo a espiritualidade da comunhão, sem quantificar o amor e sem pretender nenhuma coisa dos outros. O que vos caracteriza é a alegria doada na gratuidade aprendida da experiência do amor de Cristo.

Precisamos obter dos vossos “laboratórios” de cultura, que se fundamenta no Evangelho, um método que nos ajude a conjugar os valores éticos com os valores sociais, para poder viver radicalmente segundo o Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó... de Jesus Cristo e sermos portadores do
Evangelho através de uma cultura de justiça e de paz.

Significativo é o cuidado que demonstrais para com a formação. Não permitis que essa seja somente uma simples instrução, mas objetivais um “saber ser”. Vós penetrais com inteligência emotiva naquilo que aprendeis e que retendes como significativo para a sua existência e para a existência
dos outros. Testemunhais no cotidiano, através da maturação humana que surge da conversão contínua, que é possível seguir Jesus como irmã pobre.

Vós representais para muitos um Oasis de paz, onde os homens e as mulheres podem se interrogar sobre o mistério que envolve e atravessa a vida. Sois chamadas a fazer acreditar que o desejo de Deus reside no mais íntimo de cada criatura e que Deus procura constantemente o homem e a
mulher, para estabelecer com cada um deles, na liberdade, um relacionamento fundado no amor.
Sabemos o quanto vós vos encarregais das preocupações do mundo e como continuais a interceder junto a Deus. Vendo-vos, nos recordamos que é necessário sonhar juntos para tornar visível um mundo evangélico.

Estamos convencidos de que o testemunho da “santa unidade” pede hoje uma reflexão sobre o relacionamento entre a Primeira e a Segunda Ordem. Não podemos ignorar que « um só e mesmo Espírito tinha tirado deste mundo tanto os frades como aquelas senhoras pobrezinhas (21) »
Que validade tem esta verdade em nossa vida? Estamos convencidos de que a santa « [...] unidade nos permite assumir, na diversidade das vocações, uma profunda plenitude das dimensões da Igreja, que o Concilio define perfeitamente fervorosa na ação e dedicada à contemplação [...] Se não é aceitável que o ramo feminino seja submetido ao masculino, mesmo assim a total separação não representa uma solução aceitável; pelo contrário, isso seria um dano tanto para os frades quanto para as irmãs. As nossas Ordens podem, ao invés disso, oferecer à Igreja e ao mundo o testemunho de uma sã e necessária complementaridade, vivida entre os dois ramos com uma atitude de grande e mútuo respeito, mas ao mesmo tempo, de comunhão e de recíproca ajuda, que seja imagem da
Igreja–comunhão (22)».

Talvez tenha chegado o momento de consolidar um relacionamento que saiba conjugar autonomia e reciprocidade. Estamos conscientes de que não é na substituição, nem na tutela que se vive o carisma da santa unidade, mas num comportamento de escuta recíproca, no respeito mútuo, na atitude contemplativa, para tornar visíveis as riquezas comuns e a diversidade que manifestam a beleza da própria especificidade e também credível o testemunho vivido em Deus, sem confusão nem dependência.

> O SENHOR VOS BENDIGA E VOS PROTEJA

Queremos sonhar convosco, para que Clara possa ver realizada a Regra na sua totalidade entre as suas filhas. Se a atualidade de Francisco e Clara estão sob o olhar de todos, é porque ainda hoje Deus continua a se comprometer conosco, e particularmente convosco, afim de que a inspiração originária que o Espírito confiou um dia aos nossos fundadores possa tomar forma hoje. Quem sabe qual incidência poderia ter ainda neste tempo o testemunho das Irmãs Pobres de Santa Clara sobre a Igreja e sobre o mundo!...

Com Francisco queremos renovar convosco o nosso compromisso: « Visto que por divina inspiração vos fizestes filhas e servas do altíssimo e sumo Rei, o Pai celeste, e desposastes o Espírito Santo, escolhendo viver segundo a perfeição do santo Evangelho, quero e prometo, por mim e por meus irmãos, ter sempre por vós diligente cuidado e especial solicitude, como tenho por eles.23». E juntamente com Clara, pedimos a vós de serem “sempre solícitas a observar tudo quanto prometeram ao Senhor. (24)”

Para o louvor de Cristo.

Fr. José Rodríguez Carballo,OFM
Ministro Geral

Fr. Mauro Jöhri, OFMcap
Ministro Geral
Fr. Marco Tasca, OFMconv
Ministro Geral

Fr. Michael Higgins, TOR
Ministro Geral

Roma, 02 de fevereiro de 2011

1 Bento XVI na 23ª Assembléia Geral da Fiuc, 19 de novembro de 2009.
2 RSC I, 2.
3 TestC 5
4 Cf. O Serviço da autoridade e a obediência 7
5 Cf. 3In 26.
6 Bento XVI, Audiência Geral, 27 janeiro 2010.
7 Cf. Jo 1,1.
8 1Jo 4,8.
9 UV
10 Bento XVI, Audiência Geral, 13 janeiro 2010.
11 Cf. Ex 3,7.
12 Frei Giacomo Bini, ofm Ministro geral, Observatório Romano, 1 fevereiro de 2003, pag. 6.
13 Cf. Vita consecrata 90.
14 Cf. Partir de Cristo 22.
15 Cf. Chiara d’Assisi e di oggi, fr.
José Carballo, op. cit., p. 15- 16.
16 Cf. Bento XVI, Audiência Geral, 27 Janeiro 2010.
17 Cf. Perfectae caritatis 13.
18 Instrumentum Laboris IX Sinodo V. C. 1994 , 53.
19 1In 12.
20 Cf. Deus Caritas est 7.
21 2Cel 204.
22 Reciprocidade e complementariedade entre Frades Menores e Irmãs Clarissas, Relatório do
ministro geral Fr. Hermann Schalück ao l Congresso Internacional dos Assistentes das Federações
das Irmãs Franciscanas Contemplativas (3 setembro 1996).
23 RSC VI, 3-4.
24 BnC 16.

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