quinta-feira, 28 de abril de 2011

Abertura do Jubileu Clariano e Semana Santa




No dia 16 de abril, em que celebramos a Profissão de Nosso Pai São Francisco, houve renovação individual dos Santos Votos, durante a vigília de adoração ao Santíssimo Sacramento, em preparação para o início do Jubileu de 800 anos da Ordem de Santa Clara.
A 17 de abril tivemos a Santa Missa dos Ramos presidida pelo Frei Arcângelo, OFM. Inicialmente no pátio externo do Mosteiro com a bênção e procissão dos Ramos, seguindo até a Capela, dando continuidade à cerimônia.
O Dr. Onir Perez, Ministro da Palavra e benfeitor de nosso Mosteiro, ao final da Santa Missa proferiu o discurso referindo-se ao início do Ano Jubilar Clariano e dos 25 anos da chegada de nossas Irmãs Fundadoras, enfatizando a importância da presença do nosso Mosteiro na Baixada Fluminense.
Ao café da manhã, prestamos afetuosa homenagem às nossas Irmãs Fundadoras, com o canto da saudação, o oferecimento do Ramalhete Espiritual e, como não podia faltar, o bolo partilhado.
Após as Completas, diante do Santíssimo solenemente exposto, realizamos comunitariamente a celebração do início do Ano Jubilar, segundo o subsídio preparado pela FFB, ao qual fizemos algumas adaptações. Nos unimos assim a toda a Família Franciscana neste evento tão singular dos 800 anos da Fundação de nossa Ordem.
Na Segunda-Feira Santa, nosso Bispo Dom Luciano Presidiu à Santa Missa, concelebrada pelo nosso Assistente, Frei José Pereira,OFM e pelo Sacerdote Diocesano, Pe. Leandro. A seguir, participamos da Ceia Pascal Judaica, conforme o subsídio elaborado pelo Biblista Francisco Orofino, a nós oferecido pelo nosso Bispo.
Quinta-Feira Santa tivemos a oportunidade de comemorar o início do Ano Jubilar Clariano e os 25 anos da chegada das Irmãs Fundadoras contando com a fraternal presença de membros da OFM, OFS e JUFRA de Nilópolis.
Márcio Bernardo (secretário fraterno regional da JUFRA-SE2) e Rafael Sant’Anna (secretário de finanças regional da JUFRA-SE2), Jefferson Machado (ministro local da OFS) e João Lellis (vice-ministro local da OFS) da igreja de Nossa Senhora Aparecida – Nilópolis, se uniram aos frades (OFM) Diego Melo, Jit Manuel Castillo (visitante da República Dominicana) e Douglas Paulo Machado.
Neste convívio bem fraterno, nossos Irmãos nos cantaram duas músicas com o tema de Santa Clara. Tivemos a oportunidade de partilhar as dificuldades e as alegrias da caminhada e enfatizarmos a estreita relação entre a 1ª e 3ª Ordem com as Irmãs Clarissas.
Foi lembrada também a grande contribuição de Dom Adriano Hipólito, falecido em 1996, fundador de nosso Mosteiro, que rezou 16 anos para ter um Mosteiro de Vida Contemplativa em sua Diocese.
Com a Bênção da mãe Santa Clara, fechamos com chave de ouro este belo e fraternal convívio.
A Santa-Missa do Lava-Pés contou com grande número de fiéis e ficamos felizes pela participação fervorosa durante a Adoração Eucarística que se seguiu.
Às 3 horas da tarde da Sexta-Feira santa teve início a Via Sacra seguida da Ação Litúrgica da Paixão do Senhor, presidida por Frei Arcângelo, OFM. Tivemos boa quantidade de fiéis, além de membros de congregações franciscanas. Mais uma vez, recordamos o amor apaixonado de nossos Seráficos Pais pelo Cristo Pobre, Humilde e Crucificado.
No Sábado Sábado, a solene Vigília Pascal com a Liturgia do Fogo, da Palavra, da Água, e a Eucaristia, teve seu início às 20 horas, também presidida por Frei Arcângelo, contando com boa participação dos fiéis.
Especialmente para esta Celebração, foi preparado o Círio Pascal com o Crucificado de São Damião, de modo a dar ênfase ao Jubileu Clariano que estamos celebrando. Os fiéis captaram bem o simbolismo.
No Domingo de Páscoa, tivemos a Santa Missa às 9h30min, presidida por Frei Arcângelo. A numerosa assembléia reunida foi informada da grande graça da Indulgência Plenária para o Ano Jubilar Clariano e Frei Arcângelo fez questão de rezarmos todos juntos as orações prescritas pela Santa Igreja. Interessante que estávamos sem energia elétrica durante a Santa Missa. No momento em que todos estavam rezar o Pai Nosso, as luzes se acenderam e acolhemos aquilo como um momento de pura graça!
Assim iniciamos, com grande alegria, as comemorações do Ano Jubilar Clariano em nosso Mosteiro de Santa Clara – Nova Iguaçu.
Em louvor de Cristo. Amém.

sábado, 16 de abril de 2011

Início do Ano Jubilar Clariano

800 ANOS DA FUNDAÇÃO DE NOSSA ORDEM

Num longínquo Domingo de Ramos de 1212 teve início uma empolgante aventura que ainda não chegou ao fim. Ela continua na Historia da Igreja e da Humanidade: A jovem Clara Ofreduccio, apaixonada por Cristo, rompe as amarras que a prendem à vida faustosa, a exemplo de Francisco, e sai alta noite pela porta secreta. Na pequenina Igreja de Santa Maria dos Anjos, celebra as suas bodas consagrando-se Àquele que a cativou. Nessa mesma noite, lançada a semente à terra, começa a germinar a nova Ordem das Irmãs Pobres, hoje mais conhecidas por Irmãs Clarissas. 1212 / 2012 - Contemplar Clara de Assis oitocentos anos depois é contemplar a ternura de Deus. Bento XVI recentemente disse: "um cristão é um coração que vê". Clara viu verdadeiramente mais alto e mais longe; viu o infinito. Acolheu a bondade de Deus no seu coração virgem e deu fruto abundante no jardim da Santa Igreja. Clara "a mulher Cristã" continua a ser para nós, Irmãs Clarissas, modelo e luz no seguimento de Cristo pobre e crucificado. Por isso celebramos com júbilo o oitavo centenário da nossa Ordem.

ORAÇÃO

Altíssimo, Pai de Misericórdia, por vossa graça, iluminastes nossa Mãe Santa Clara, com o esplendor do Cristo Crucificado e Ressuscitado, seu amado Esposo, a fim de que, por uma vida vivida no amor, brilhasse como luz radiosa!

Louvado sejais, meu Senhor, pelos 800 anos de encantamento recíproco, em que firmastes uma aliança de amor com o Poverello, sua Plantinha e seus seguidores.

Louvado sejais, meu senhor, pelo nosso carisma, tão antigo, tão novo e tão especialmente belo, capaz de responder aos anseios mais profundos de nossa humanidade sedenta do infinito.

Concedei-nos, Senhor, a audácia de um testemunho encarnado e enraizado no Santo Evangelho. Que a exemplo de tão extraordinária Mãe, possamos caminhar na liberdade, com passo ligeiro e pé seguro a via da altíssima pobreza, da jovial alegria, do silêncio fecundo, da santa unidade e da contemplação.

Ajudai-nos, Senhor, a não perdermos de vista nosso ponto e partida e continuarmos com alegria e entusiasmo nosso posto de guardiãs do carisma confiado a nós.

Nosso pai São Francisco e nossa mãe Santa Clara nos abençoem, como podem e mais do que podem. Amém.

terça-feira, 12 de abril de 2011

25 anos da chegada das Irmãs Fundadoras ao Brasil

Irmãs Fundadoras com o Irmão Bispo Dom Adriano (1986)

Como tudo começou...

Nossa presença é fruto da oração de 16 anos de um Bispo, filho do Pai São Francisco que sofrendo com a violência em sua Diocese, rezava incessantemente a Jesus, lhe proporcionasse a presença de um Mosteiro de Vida Contemplativa em sua Diocese. Pediu em vários Mosteiros do Brasil, mas não era fácil. Finalmente, a 11 de Agosto de 1982, viajando com destino à Alemanha passou por Lisboa e foi almoçar precisamente no Convento Franciscano construído na casa onde Santo Antônio tinha nascido. O guardião deste Convento era o Assistente Nacional das Irmãs Clarissas em Portugal.

À mesa, Dom Adriano expõe o seu desejo. Logo nosso Assistente lhe prometeu dar um ‘jeitinho’. Daí surgiu a 3ª Fundação do nosso Mosteiro. Em Fevereiro de 1983 viemos ver o terreno.

Bênção da primeira pedra

No dia 02 de março Dom Adriano presidiu à Bênção da primeira pedra, precisamente no cimo desta colina que ele denominou – colina de Santa Clara. Presentes o Rev.mo Frei José do Nascimento Barreira, Assistente da Federação das Clarissas em Portugal, a Madre Maria Angélica do Menino Jesus e a Irmã Maria Conceição da Imaculada. Chovia, dificultando a subida dos carros de muitos Padres da Diocese e também religiosas e pessoas amigas. Não faltaram em grande número as criancinhas pobres.

A despedida

A 16 de abril de 1986 deixávamos o nosso muito amado Mosteiro no dia em que celebrávamos 55 anos de sua Fundação, rumo ao Brasil. Como se vivia a ditadura militar não foi fácil. Mas, como dizia Dom Adriano, na antevéspera de sua morte, ‘não foi o governo que proporcionou a demora, ele foi simplesmente um instrumento que o Pai se serviu para determinar a hora dEle. Dizia Dom Adriano: ‘se as Irmãs vinham logo certamente teriam desistido, porque foram nestes três anos de espera que se efetuaram as obras da construção do Seminário e logo se deu início às obras do Mosteiro com a nossa presença bem perto.

A chegada ao Brasil

No Aeroporto nos esperavam as Irmãs do serviço externo do Mosteiro da Gávea com o pedido da querida Madre Pacífica de passarmos lá oito dias. Foi um presente do Pai que nos proporcionou refazer todas essas emoções da despedida. Todos os dias as queridas Irmãs faziam festinha para nós, sentíamo-nos em ‘casa’. Ficamos muito gratas à querida Madre Pacífica e sua Comunidade.

Como nossa saída foi antecipada 15 dias, Dom Adriano se encontrava em Itaici, na Assembléia dos Bispos, e ao receber a notícia interrompeu a Assembléia e veio receber-nos no Aeroporto do Rio de Janeiro. Ele chorou quando nos viu pisar solo brasileiro.

Na Casa provisória

No dia 25 de abril tivemos a primeira Eucaristia celebrada na capelinha de nossa Casa provisória, cedida com muito carinho pelos Padres Espiritanos, na pessoa do grande amigo Padre Francisco, que colocou ao nosso dispor todo o recheio da mesma.

A Casa era anexa à de Dom Adriano que assumiu tudo quanto era necessário para nossa manutenção. Entretanto, em Agosto se iniciaram as obras do Mosteiro determinando-se a sua inauguração para 13 de maio de 1989.

Inauguração do Mosteiro

Precisamente no dia previsto, às nove horas, a cerimônia teve seu início, com Dom Adriano a presidir, na companhia de Monsenhor Michel e os Srs. Bispos presentes, assim como todos os Padres de nossa Diocese, Frei Estevão e outros nossos Irmãos Franciscanos, nosso Assistente de Portugal, nosso querido Frei Atamil que se encontrava em Mato Grosso, e muitas Irmãs Religiosas, incluindo as queridas Irmãs do Mosteiro da Gávea.

Foi grande a participação dos fiéis do bairro e de longe, de modo que o templo ficou lateralmente cheio e muitos fora dele.

A cerimônia começou pela bênção do Altar, com a relíquia própria, seguida de bênção da Igreja, finalizando com a celebração da Eucaristia.

Abertura do Clero ao Mosteiro

Durante os três anos que estivemos na Casa provisória Dom Adriano celebrava para nós todos os dias. No mês de Setembro na sua ida à Alemanha deixava aos cuidados do Padre Guilherme, nosso Pároco. Foi uma belíssima experiência, cada dia tínhamos um Padre da Diocese a celebrar para nós e daí a grande abertura do nosso clero ao Mosteiro.

Passados 25 anos nunca nos faltou a Eucaristia diária, incluindo Vigília de Natal, à meia noite, as cerimônias da Semana Santa com a Vigília Pascal. Esta abertura continua até hoje. Basta vermos o grande número de Sacerdotes na festa de Santa Clara, concelebrando com o nosso Bispo. Nestes últimos anos oscila entre 38 a 42 Sacerdotes.

Consagração da Igreja

Dom Adriano era dum cuidado mesmo paternal. Alimentava o desejo de consagrar nossa Igreja e o fez no dia 17 de Setembro de 1993, na presença da quase totalidade dos Padres da Diocese, consumando assim a sua obra. Pouco depois ficou Bispo Emérito vindo a falecer a 10 de agosto de 1996.

Busto de Dom Adriano na entrada da Capela

Dois anos depois, 10/08/98, Dom Werner deixou-nos na entrada do Pátio da Capela, um Busto de Dom Adriano, em pedra, presente dum grande amigo de Colônia, a quando das suas visitas à mesma Diocese.

Interessante que esse Busto esteve para ser colocado em vários lugares: Seminário, Catedral, Cúria, mas aqui era o seu lugar. Depois de uma Missa bem solene com a maior parte dos Sacerdotes da Diocese em nossa Igreja, o Busto lá foi colocado. No coração de Dom Adriano certamente existia esse desejo.

O ‘nosso Mosteiro’ no coração do Irmão Bispo

Dom Adriano não receava afirmar perante a Diocese que de todas as obras que tinha construído, a que estava bem no seu coração era ‘o nosso Mosteiro’, palavras dele. Na verdade, Dom Adriano construiu o Seminário para cinco Dioceses, Centro de Direitos Humanos, Catedral, Mitra, Centro de Formação e muitas casinhas para os mais pobres. Falar de Dom Adriano é algo que nunca se esgota. E por tudo isto e o que permanece no silêncio, a nossa mais profunda gratidão e a alegria de estarmos bem no coração desta Igreja que continua na pessoa do nosso querido Bispo Dom Luciano a ser um verdadeiro Pai e Pastor.

Todas as Segundas o nosso Bispo celebra para nós, dá-nos aula de Sagrada escritura, ou estuda conosco algum documento da Igreja, como o Documento de Aparecida, providenciando um exemplar para cada Irmã. Depois, em conjunto, janta conosco como um Pai rodeado de suas filhas.

Aproveitamos por pedir humildemente às vossas piedosas preces, para que sejamos sempre fiéis ao chamado de nosso amado Esposo Jesus Cristo Pobre, Humilde, e Crucificado.

Em louvor de Cristo, amém!