segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Participem conosco das cerimônias no jubileu de 800 anos da criação do presépio por São Francisco de Assis


        800 anos do presépio de Greccio, 
por São Francisco de Assis.
 
Você sabia que foi São Francisco de Assis o primeiro a montar o presépio?

Neste ano comemoramos 800 anos da criação do presépio na cidade de Greccio, por São Francisco de Assis no ano de 1223.

 Gostava tanto de lembrar a humildade de sua encarnação e o amor de sua paixão, que nem queria pensar em outras coisas.  (1C,84)

 Com esta comemoração do oitavo centenário somos todos convidados a seguir os exemplos de nosso pai São Francisco e contemplar o mistério da encarnação, da grande humildade e simplicidade de Nosso Senhor e o amor incomensurável por cada um de nós.

        Tomás de Celano vai relatar este acontecimento em seus escritos...

 Havia nesse lugar (Greccio) um homem chamado João, de boa fama e vida ainda melhor, a quem São Francisco tinha especial amizade porque, sendo muito nobre e honrado em sua terra, desprezava a nobreza humana para seguir a nobreza de espírito.  Uns quinze dias antes do Natal, São Francisco mandou chamá-lo, como costumava fazer, e disse: “Se você quiser que celebremos o Natal em Grécio, é bom começar a preparar diligentemente e desde já o que eu vou dizer. Quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e contemplar com os próprios olhos como ficou em cima da palha, entre o boi e o burro”. Ouvindo isso, o homem bom e fiel correu imediatamente e preparou no lugar indicado o que o santo tinha pedido.  E veio o dia da alegria, chegou o tempo da exultação.  De muitos lugares foram chamados os irmãos. Homens e mulheres do lugar, coração em festa, prepararam como puderam tochas e archotes para iluminar a noite que tinha iluminado todos os dias e anos com sua brilhante estrela.  Por fim, chegou o santo e, vendo tudo preparado, ficou satisfeito. Fizeram um presépio, trouxeram palha, um boi e um burro.  Grécio tornou-se uma nova Belém, honrando a simplicidade, louvando a pobreza e recomendando a humildade.  A noite ficou iluminada como o dia: era um encanto para os homens e para os animais. O povo foi chegando e se alegrou com o mistério renovado em uma alegria toda nova. O bosque ressoava com as vozes que ecoavam nos morros.  Os frades cantavam, dando os devidos louvores ao Senhor e a noite inteira se rejubilava. O santo estava diante do presépio a suspirar, cheio de piedade e de alegria.  A missa foi celebrada ali mesmo no presépio, e o sacerdote sentiu uma consolação jamais experimentada.O santo vestiu dalmática, porque era diácono, e cantou com voz sonora o santo Evangelho.  De fato, era “uma voz forte, doce, clara e sonora”, convidando a todos às alegrias eternas.  Depois pregou ao povo presente, dizendo coisas doces como o mel sobre o nascimento do Rei pobre e sobre a pequena cidade de Belém.  Muitas vezes, quando queria nomear Cristo Jesus, chamava-o também com muito amor de “menino de Belém”, e pronunciava a palavra “Belém” como o balido de uma ovelha,enchendo a boca com a voz e mais ainda com a doce afeição. Também estalava a língua quando falava “menino de Belém” ou “Jesus”, saboreando a doçura dessas palavras. Multiplicaram-se nesse lugar os favores do Todo-Poderoso, e um homem de virtude teve uma visão admirável. Pareceu-lhe ver deitado no presépio um bebê sem vida, que despertou quando o santo chegou perto.  E essa visão veio muito a propósito, porque o menino Jesus estava de fato esquecido em muitos corações, nos quais, por sua graça e por intermédio de São Francisco, ele ressuscitou e deixou a marca de sua lembrança. Quando terminou a vigília solene, todos voltaram contentes para casa. Guardaram a palha usada no presépio para que o Senhor curasse os animais, da mesma maneira que tinha multiplicado sua santa misericórdia.  De fato, muitos animais que padeciam das mais diversas doenças naquela região comeram daquela palha e ficaram curados. Mais: mulheres com partos longos e difíceis tiveram um resultado feliz colocando sobre si mesmas um pouco desse feno. Da mesma sorte, muitos homens e mulheres conseguiram a cura das mais variadas doenças. O presépio foi consagrado a um templo do Senhor e no próprio lugar da manjedoura construíram um altar em honra de nosso pai São Francisco e dedicaram uma igreja, para que, onde os animais já tinham comido o feno, passassem os homens a se alimentar, para salvação do corpo e da alma, com a carne do cordeiro imaculado e incontaminado, Jesus Cristo nosso Senhor, que se ofereceu por nós com todo o seu inefável amor e vive com o Pai e o Espírito Santo eternamente glorioso por todos os séculos dos séculos. Amém. Aleluia, Aleluia. 

Para marcar o 8º Centenário da criação do Presépio. Acolhendo a solicitação dos Ministros gerais da Primeira Ordem Franciscana (Menores, Capuchinhos e Conventuais), dos Ministros gerais da Terceira Ordem Secular (OFS) e da Terceira Ordem Regular (TOR) e da Presidente da Conferência Franciscana Internacional (CFI-TOR), o Papa Francisco, através da Penitenciaria Apostólica, concedeu o privilégio da Indulgência Plenária a todos os fiéis que visitarem uma igreja sob os cuidados pastorais dos franciscanos e cumprirem as habituais exigências para lucrar a graça, entre os dias 8 de dezembro de 2023 (Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria) e 2 de fevereiro de 2024 (Festa da Apresentação do Senhor), detendo-se, por um momento, em oração diante de um presépio. 

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Gratidão pelo dom das vocações!

 

Na vivência do terceiro ano vocacional no Brasil, somos profundamente gratas à todas as pessoas que se uniram a nós, rogando ao 'Senhor da Messe' o dom de novas vocações para a Santa Igreja. 

Nosso Mosteiro foi contemplado, no último mês de outubro, com o ingresso de três vocacionadas: Daniele, Maria Aparecida e Aline, que estão a viver a etapa do Aspirantado. 

Continuemos a orar pela perseverança de cada uma delas e pelo discernimento vocacional de todas as pessoas que se sentem chamadas à uma vocação específica na Santa Igreja. Paz e Bem!


terça-feira, 3 de outubro de 2023



Nono dia da novena de São Francisco de Assis


Francisco e o louvor da criação


Considerando como o Seráfico Pai Francisco amava e respeitava toda criação. Meditemos hoje, no nono dia de nossa novena o tema: Francisco e o Louvor da Criação.
No principio, Deus Criou o céu e a terra” (Gn 1,11) Com estas solenes palavras inicia-se a Sagrada Escritura. (CIC)
Deus criou conjuntamente do nada, desde o início do tempo, ambas as criaturas, a espiritual e a corporal, isto é, os anjos e o mundo terrestre; em seguida a criatura humana. (CIC)
Os anjos cuja memória a Santa Mãe Igreja hoje comemora são criaturas puramente espirituais, são dotados de inteligência, de vontade e imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis. (Dn 10,9-12). Foram nos dadas por Deus para nos guiar, proteger e guardar.
Estão ai, portanto, junto de ti, e não apenas contigo, mas em teu favor. Estão aqui para te proteger, para te serem úteis e para te servir. (S. Bernardo, abade)
“Aberta a mão pela chave do Amor, as criaturas surgiram". (S. Boaventura)
Atribuamos ao Senhor Deus altíssimo todos os bens; reconheçamos que todos os bens lhe pertencem; demos-lhe graças por tudo, pois dele procedem todos os bens”. “Ele, o Altíssimo e soberano, o único e verdadeiro Deus”. CCCGG Art. )
Diante da grandeza do universo criado e da bondade do Pai, Francisco vê sua pequenez. Faz a experiência de Deus a partir da sua humildade.
O ser humano descobre-se a si mesmo quando se defronta com o seu mundo interior.
A humildade leva a pessoa a manter uma atitude de escuta, abertura e acolhimento, deixando espaço para que Deus possa agir plenamente. (Frei Atílio Abati, OFM)
A humildade nos aproxima de Deus, ela nos revela Deus.
O santo é alguém que tem alma de criança. Seu olhar puro vê na natureza a presença amorosa do Criador. Constitui um olhar como o de Adão e Eva, no paraíso. (Frei Jorge Hartmann,OFM)
“Sem o Criador, a criatura se esvai”. (Gaudim Spes)
“É cego, quem não vê tantos esplendores que emanam da criação! (S. Boaventura)
É surdo, quem não desperta ante o concerto de tantas vozes”. (S. Boaventura)
É mudo, quem não louva a Deus diante de todas essas obras! (S. Boaventura)
É tolo, quem diante de tudo isso não reconhece a mão do Criador”! (S. Boaventura)
Dizia ele: O sol é mais belo do que todas as outras criaturas porque se parece mais com Nosso Senhor, que na Sagrada Escritura é chamado de «Sol de justiça». E por isso pôs o nome dele nos versos que compusera e chamou: «Cântico de Nosso Irmão Sol». (Esp. de Períeição, 119)
Este Cântico, que Francisco compôs no fim de sua vida, é um verdadeiro testamento espiritual, no qual o Poverello nos revela seu olhar sobre o mundo e o segredo de sua sabedoria. (Éloi Leclerc)
Ele canta a beleza do mundo. É a criação a revelar a bondade, a beleza e a generosidade de seu Criador. (Frei Atílio Abati, OFM)
“Abra, pois, os teus olhos, utilize os ouvidos e tua alma, solte os teus lábios e aplique o teu coração a ver, compreender, louvar, venerar, honrar e glorificar a Deus em todas as coisas”.(S. Boaventura)
Altíssimo, Onipotente, Bom Senhor,/só a Ti o louvor e a glória,/a honra e toda bênção!
Só a Ti, Altíssimo se devem/e humano não há que seja digno/de mencionar Teu Nome!
Louvado sejas, meu Senhor,/no conjunto de Tuas criaturas, / pela irmã lua e as irmãs estrelas,/que no céu criastes resplendentes /e valiosas e lindas!/ e com o Senhor irmão sol principalmente,/que por Ele nos vem o dia /e com sua luz nos alumia!


 

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

 

Oitavo dia da Novena de São Francisco de Assis


Nosso pai São Francisco ante o mistério da encarnação, do calvário e da Eucarístia.


Meditemos hoje o amor ardente de N. P. S. Francisco para com o Cristo no mistério da Encarnação, do Calvário e da Eucaristia. Gostava de meditar constantemente sobre estes grandes mistérios.
Devotava a Cristo um amor tão fervente, e seu bem-amado lhe correspondia com uma ternura tão familiar, que o servo de Deus pensava ter diante dos olhos a presença quase contínua do Salvador.
“Levava Jesus em seu coração, Jesus em seus lábios, Jesus nos ouvidos, Jesus nos seus olhos, Jesus em suas mãos, Jesus em toda parte. Durante as viagens também, muitas vezes, de tanto meditar e cantar a Jesus, esquecia-se de caminhar convidando todos os elementos a louvar, a bendizer o Autor da Criação.” (1 Celano)
O Seráfico Pai tinha tão viva na memória a humildade da Encarnação, o aniquilamento da Paixão e o amor personificado na Eucaristia que lhe era difícil pensar noutra coisa.
Ele contempla no mistério da Encarnação, o mistério do amor que se humilha.”Se o Filho de Deus, dizia o Pai S. Francisco, desceu de tão grande altura deixando o seio do Pai se tornando um de nós, foi para nos ensinar a humildade, Ele, que é o Senhor e Mestre, pela palavra e pelo exemplo”. (Boav., VI, 1)
“Esta Palavra do Pai, tão digna, tão santa e tão gloriosa, o altíssimo Pai a enviou do céu, por seu arcanjo São Gabriel, ao seio da Santa Virgem Maria, de cujo seio recebeu a verdadeira carne da nossa humanidade e fragilidade.” (Carta aos fiéis)
Mais do que qualquer outra solenidade, o Pai São Francisco celebrava o Natal com uma alegria inefável, dizendo que era a Festa das festas.
“Pois neste dia Deus se fez Menino e sugou o leite como todos os filhos dos homens.” (II Celano, 199)
Quero evocar a lembrança do Menino que nasceu em Belém e todos os incômodos que sofreu desde sua infância; quero vê-lo tal qual ele era, deitado numa manjedoura e dormindo sobre o feno, entre um boi e um burro”. (I Celano)
Olhando para o exemplo maravilhoso do Serafim de Assis, queremos neste dia de nossa novena meditar também com o seráfico pai o amor que ele nutria para com Crucificado.
Ele via no mistério da paixão o mistério do amor que se imola.
Desde muito cedo, logo depois de sua conversão, N. P. São Francisco já começou a inflamar-se de devoção pela Paixão de Cristo. São Boaventura assim descreve esta devoção:
“Um dia, no princípio de sua conversão, ele rezava na solidão e, arrebatado por seu fervor, estava totalmente absorto em Deus quando de repente lhe apareceu o Cristo Crucificado. Com esta visão sua alma se comoveu e a lembrança da Paixão de Cristo penetrou nele tão profundamente que, a partir deste momento, era-lhe quase impossível reprimir o pranto e suspiros quando começava a pensar no Crucificado.” (Boav., I, 5)
“Chorava em voz alta pela Paixão de Cristo, como se tivesse diante de si, constantemente, a visão dela. Na rua ouviam-se os seus gemidos; lembrando-se das chagas de Cristo, recusava todo consolo.” (II Celano)
Aprendemos de nosso Pai São Francisco também uma profunda devoção ao Santíssimo Sacramento.
O Cristo Eucarístico foi para ele o centro de toda a sua vida.
Belém, Calvário, Eucaristia. Vede que humildade a de Deus.
Participando da profunda alegria de nosso pai Francisco diante do Amor personificado na Eucaristia, rezemos com ele:
Pasme o homem todo, estremeça a terra inteira, rejubile o céu em alta vozes, quando sobre o altar, estiver nas mãos do sacerdote o Cristo, Filho de Deus Vivo!
Ó grandeza maravilhosa! Ó admirável condescendência!
Ó humildade sublime, ó humilde sublimidade!
O Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, se humilha a ponto de se esconder, para nosso bem, na modesta aparência do pão!
Vede irmãos, que humildade a de Deus!
Derramai ante Ele os vossos corações!
Humilhai-vos para que Ele vos exalte!
Portanto, nada de vós retenhais para vós mesmos para que totalmente vos receba quem totalmente se vos dá! (Carta a toda a Ordem)
Ó Deus que inflamastes o Seráfico Pai São Francisco com um profundo amor a Vós, nos mistérios da Encarnação, da Paixão e da Eucaristia, concedei que inflamadas pelo mesmo amor, outra coisa não desejemos, nem queiramos, nem nos alegre, senão a Vós, nosso Criador, nosso Redentor e Salvador, que sois o Único e Verdadeiro Deus, o Bem Pleno, o Sumo e verdadeiro Bem. Amém.




Meditemos hoje o amor ardente de N. P. S. Francisco para com o Cristo no mistério da Encarnação, do Calvário e da Eucaristia. Gostava de meditar constantemente sobre estes grandes mistérios.

Devotava a Cristo um amor tão fervente, e seu bem-amado lhe correspondia com uma ternura tão familiar, que o servo de Deus pensava ter diante dos olhos a presença quase contínua do Salvador.
“Levava Jesus em seu coração, Jesus em seus lábios, Jesus nos ouvidos, Jesus nos seus olhos, Jesus em suas mãos, Jesus em toda parte. Durante as viagens também, muitas vezes, de tanto meditar e cantar a Jesus, esquecia-se de caminhar convidando todos os elementos a louvar, a bendizer o Autor da Criação.” (1 Celano)
O Seráfico Pai tinha tão viva na memória a humildade da Encarnação, o aniquilamento da Paixão e o amor personificado na Eucaristia que lhe era difícil pensar noutra coisa.
Ele contempla no mistério da Encarnação, o mistério do amor que se humilha.”Se o Filho de Deus, dizia o Pai S. Francisco, desceu de tão grande altura deixando o seio do Pai se tornando um de nós, foi para nos ensinar a humildade, Ele, que é o Senhor e Mestre, pela palavra e pelo exemplo”. (Boav., VI, 1)
“Esta Palavra do Pai, tão digna, tão santa e tão gloriosa, o altíssimo Pai a enviou do céu, por seu arcanjo São Gabriel, ao seio da Santa Virgem Maria, de cujo seio recebeu a verdadeira carne da nossa humanidade e fragilidade.” (Carta aos fiéis)
Mais do que qualquer outra solenidade, o Pai São Francisco celebrava o Natal com uma alegria inefável, dizendo que era a Festa das festas.
“Pois neste dia Deus se fez Menino e sugou o leite como todos os filhos dos homens.” (II Celano, 199)
Quero evocar a lembrança do Menino que nasceu em Belém e todos os incômodos que sofreu desde sua infância; quero vê-lo tal qual ele era, deitado numa manjedoura e dormindo sobre o feno, entre um boi e um burro”. (I Celano)
Olhando para o exemplo maravilhoso do Serafim de Assis, queremos neste dia de nossa novena meditar também com o seráfico pai o amor que ele nutria para com Crucificado.
Ele via no mistério da paixão o mistério do amor que se imola.
Desde muito cedo, logo depois de sua conversão, N. P. São Francisco já começou a inflamar-se de devoção pela Paixão de Cristo. São Boaventura assim descreve esta devoção:
“Um dia, no princípio de sua conversão, ele rezava na solidão e, arrebatado por seu fervor, estava totalmente absorto em Deus quando de repente lhe apareceu o Cristo Crucificado. Com esta visão sua alma se comoveu e a lembrança da Paixão de Cristo penetrou nele tão profundamente que, a partir deste momento, era-lhe quase impossível reprimir o pranto e suspiros quando começava a pensar no Crucificado.” (Boav., I, 5)
“Chorava em voz alta pela Paixão de Cristo, como se tivesse diante de si, constantemente, a visão dela. Na rua ouviam-se os seus gemidos; lembrando-se das chagas de Cristo, recusava todo consolo.” (II Celano)
Aprendemos de nosso Pai São Francisco também uma profunda devoção ao Santíssimo Sacramento.
O Cristo Eucarístico foi para ele o centro de toda a sua vida.
Belém, Calvário, Eucaristia. Vede que humildade a de Deus.
Participando da profunda alegria de nosso pai Francisco diante do Amor personificado na Eucaristia, rezemos com ele:
Pasme o homem todo, estremeça a terra inteira, rejubile o céu em alta vozes, quando sobre o altar, estiver nas mãos do sacerdote o Cristo, Filho de Deus Vivo!
Ó grandeza maravilhosa! Ó admirável condescendência!
Ó humildade sublime, ó humilde sublimidade!
O Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, se humilha a ponto de se esconder, para nosso bem, na modesta aparência do pão!
Vede irmãos, que humildade a de Deus!
Derramai ante Ele os vossos corações!
Humilhai-vos para que Ele vos exalte!
Portanto, nada de vós retenhais para vós mesmos para que totalmente vos receba quem totalmente se vos dá! (Carta a toda a Ordem)
Ó Deus que inflamastes o Seráfico Pai São Francisco com um profundo amor a Vós, nos mistérios da Encarnação, da Paixão e da Eucaristia, concedei que inflamadas pelo mesmo amor, outra coisa não desejemos, nem queiramos, nem nos alegre, senão a Vós, nosso Criador, nosso Redentor e Salvador, que sois o Único e Verdadeiro Deus, o Bem Pleno, o Sumo e verdadeiro Bem. Amém.

domingo, 1 de outubro de 2023



Sétimo dia da novena de São Francisco de Assis

Francisco e os esponsais com a dama pobreza


 Meditemos hoje, o amor com que o pai Francisco devotou à santa Pobreza, fazendo dela a sua jóia preciosa pela qual tudo vendeu para que pudesse possuí-la.

Assim como o Pai Francisco era a imagem viva de Cristo, assim a primitiva fraternidade franciscana por ele fundada aspirava constantemente a modelar-se pela primitiva Comunidade Apostólica, exemplar na caridade recíproca, no desinteresse, no uso comunitário dos bens.
Quando os frades um dia lhe perguntaram, durante um Capítulo, qual era a virtude que mais nos torna amigos de Cristo, o seráfico Pai respondeu, como que lhes abrindo o segredo de seu coração:
«Saibam, irmãos, que a Pobreza é o caminho privilegiado da salvação, pois ela é a seiva da humildade e a raiz da perfeição: seus frutos são inumeráveis, embora invisíveis aos olhos.
Ela é esse tesouro enterrado num campo, para cuja compra, diz o Evangelho, é preciso vender tudo, e cujo valor nos deve levar a desprezar tudo que não possa ser vendido!» (Boav., VII, 1)
A Pobreza material é o sinal da Pobreza espiritual. Todos os irmãos se esforcem para seguir a humildade e a Pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo; não possuindo nada além daquilo que o Apóstolo nos indica: ter como o necessário o que comer e com o que se vestir e com isso devemos nos contentar. (I Regra, IX, 1-2)
Tal é a grandeza da mais alta Pobreza que vos fez, meus irmãos muito queridos, herdeiros do reino dos céus, vos fez pobres em bens terrestres, mas ricos em virtudes. Que ela seja, pois, vossa partilha, e vos conduza à terra dos vivos. Apegai-vos totalmente a ela, irmãos caríssimos, e, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, jamais queirais possuir outra coisa debaixo do céu. (II Regra, VI, 4-6)
Ela é fonte de alegria e de confiança, pois ainda que sejamos pequenos e pobres e não tendo direito a nada, nós somos vestidos, alimentados e cumulados, pelo Pai celeste, com as belezas de sua criação. (II Regra)
A Pobreza assim compreendida é fonte de alegria porque o servo sente-se feliz em parecer-se com seu Mestre.
A Pobreza, para o Seráfico Pai São Francisco, era a primeira pedra da Ordem, o fundamento de todo este edifício, que será sempre sólido enquanto ela permanecer sólida, e que, se um dia ela desaparecer, ficará completamente destruído. (Boav., VII, 2)
Quando o Pobre de Assis renuncia a tudo converte-se em senhor de tudo. Porque não tendo nada, sente-se com direito sobre todas as coisas. Indicando os horizontes do mundo, Francisco diria à Dama Pobreza:
Estes são os nossos claustros e propriedades". Porque ser pobre é ser senhor.
O autor do Sacrum Comércium nos relata de modo muito expressivo o místico esponsal de Francisco com sua amada Dama Pobreza.
Como investigador curioso, começou por percorrer as ruas e as praças da cidade indagando sobre o assunto que o apaixonava. A quantos encontrava, a todos dirigia a mesma pergunta: (Sacrum Comercium)
"Não viste, por acaso, aquela a quem eu amo?" (Sacrum Comercium)
"Por favor, indicai-me onde é que habita a Dona Pobreza; onde é que costuma ir comer e descansar à sexta?. Porque eu estou apaixonado por ela. (Sacrum Comercium)
“Meu caro Irmão, há muito tempo que estamos aqui assentados. Várias vezes a vimos passar, pois não falta quem ande à sua procura. Uma vez por outra, vinha acompanhada de muita gente, porém, sempre voltava sozinha e nua, absolutamente sem nada: sem companhia, sem jóias, até mesmo sem roupas, a lamentar-se, debulhada em lágrimas: Até os meus irmãos se voltaram contra mim! Nós procurávamos então consola-la: Coragem! Não desesperes! Os justos não deixarão de te amar. (Sacrum Comercium)
Enquanto viveu neste vale de lágrimas, o bem-aventurado Pai Francisco desprezava as riquezas que são o patrimônio dos filhos dos homens e, aspirando a mais alta glória, ambicionava de todo o coração a Pobreza. Verificando como era tão estimada pelo Filho de Deus e como todos a repudiavam, desejou desposá-la com amor eterno.
Eu, Frei Francisco, pequenino, quero seguir a vida e a Pobreza de nosso Altíssimo Senhor Jesus Cristo e de sua santíssima Mãe; quero nela perseverar até o fim. (Conselhos a Clara, I)
Exorto-vos, pois, pela misericórdia de Deus, pela qual vos fizestes tão pobre vivei de fato aquilo por cuja causa aqui estais. Acolhei humildemente a graça que vos é oferecida, usai-a sempre dignamente em tudo para louvor, glória e honra Daquele que morreu por nós, Jesus Cristo Nosso Senhor, que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina para sempre. Amém. (Testamento)

sábado, 30 de setembro de 2023


Sexto dia da Novena de São Francisco de Assis


Francisco e Clara: duas legendas inseparáveis


Um inefável vínculo carismático cria uma profunda comunhão entre a Ordem dos Frades Menores e a Ordem das Irmãs Pobres. Este vínculo, misterioso e real, é o da vida e pobreza do altíssimo Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe santíssima, que o Pai Francisco e Mãe Clara abraçaram e viveram com amorosa dedicação até o fim.
A Ordem já estava no pensamento do Pai S. Francisco no momento em que, logo depois de sua conversão, restaura a Igreja de São Damião:
Movido pelo Espírito do Senhor profetiza que haveriam ali jovens que optariam pela castidade perpétua, entre as quais a Mãe Clara, virgem amantíssima de Deus, primeiro rebento do jardim, perfumada como branca flor primaveril, esplêndida como estrela fulgurante.
"Ele, ouvindo a boa fama de Clara começou a exortá-la, induzindo-a para servir a Cristo com toda a perfeição.
A Mãe Sta. Clara, convertendo em esmolas todos os bens que possuía, quis dar, assim, a Cristo, junto com a sua própria pessoa, também tudo o que tinha.
Seguindo a Jesus Cristo que é o Caminho, a Verdade e a Vida, o Pai Francisco e a Mãe Clara contentaram em possuir a Deus só. (CCGG Art. 9,1)
“O Filho de Deus se fez para nós o Caminho. E foi neste Caminho que nosso Pai São Francisco, seu autêntico "apaixonado" e seguidor, nos mostrou e nos ensinou pela palavra e pelo exemplo.” (Testamento Sta. Clara)
“Enquanto o bem-aventurado Francisco, por inspiração do Espírito Santo, viveu a dimensão contemplativa e apostólica, a bem-aventurada Clara, juntamente com suas irmãs, pondo o Verbo no coração e o coração em Deus, escolheu para si, como modo peculiar de vida, dar testemunho de Cristo em contemplação no monte, a sós com o Pai, que n’Ele muito Se compraz.” (CCGG Art. 4, 2)
Ali onde nasceram antes os seus frades e se multiplicaram como uma verdadeira bênção de Deus sobre a terra, iam agora nascer as "Senhoras Pobres", que constituiriam a segunda Ordem Franciscana.
Francisco exulta. Não estará mais sozinho em sua grande obra reformadora, mas terá junto a si uma doce irmã em pobreza, uma perfeita e fiel discípula, guarda segura de seus ensinamentos e de sua vontade.
Com que cuidados e admiração o Pai S. Francisco devia cercar está flor rara e preciosa que se confiava a ele.
A elas também, e tanto quanto era possível, mandou observarem o Evangelho, a exemplo e sob a direção dos Irmãos.
A Mãe Santa Clara foi uma filha desvelada e dedicada do Poverello e a encarnação da pobreza que ele tanto amou, pregou e viveu; assim foi toda a sua vida, desde que a seu conselho se despojou do suntuoso palácio, riquezas e honras, para se consagrar em S. Damião, a Cristo Pobre.
Ela foi a guardiã incorruptível do evangelico ideal do amor e da pobreza.
Depois que o Pai S. Francisco a consagrou ao Senhor, Clara não procurará outro apoio senão o dele. Ela se coloca sob a sua diração numa confiança tão simples, que ela não reconhecerá jamais um olhar para o passado. Suas almas caminhavam lado a lado e se apoiavam uma sobre a outra.
O bem-aventurado Pai Francisco, depois de compor os louvores de Deus pelas suas criaturas, ditou também um cântico, letra e música, para consolação das pobres damas do convento de São Damião. Bem sabia quanto elas se afligiam com a sua doença. Como não podia ir lá pessoalmente visita-las, enviou-lhes companheiros, com a mensagem.
“Ouvi, pobrezinhas, eleitas do Senhor, que de muitas partes e regiões fostes congregadas. Vivei sempre na verdade. Permanecei na obediência até a morte. Não olheis a vida exterior, porque a do Espírito é melhor. Peço-vos, com todo o afeto, que useis com discrição das esmolas que o Senhor vos dá. As que se acharem sob o peso da enfermidade, e as demais que por ela se afadigam umas e outras, suportai-o em paz. Um dia vereis o preço desses trabalhos, pois, cada uma de vós será coroada rainha no céu, com a Virgem Maria.” (Audite Poverelle)
“O binômio Francísco-Clara é uma realidade que se compreende só através de categorias cristãs, espirituais, celestes; mas é também uma realidade desta terra, desta cidade, desta Igreja.” (São João Paulo II)
Senhor Jesus, que os exemplos doe Seráficos Pais Francisco e Clara, que dóceis às vossas inspirações e movidos pelo vosso santo Espírito, foram pelas suas vidas baluartes seguros e faróis refulgentes a iluminar e fortaleces a Santa Mãe Igreja. Que também nós, suas filhas, através do carisma que nos deixaram sejamos as auxiliadoras dos membros doentes e frágeis do vosso inefável corpo.

 

sexta-feira, 29 de setembro de 2023


Quinto dia da novena de São Francisco de Assis


Francisco o arauto da paz e da alegria


Toda a nossa espiritualidade franciscana está marcada por intensa Alegria. Esta Alegria sempre acompanhou N. P. S. Francisco. Trata-se de uma Alegria alicerçada em Deus e por Deus: uma Alegria que é júbilo, expressão da concepção que o Pai Francisco tinha da vida.
A Alegria do Poverello e dos seus discípulos é o perfume de todas as virtudes. Era a vida franciscana com o encanto da sua eterna primavera e da sua límpida e radiosa atmosfera. Constitui por isso mesmo um dos caracteres do ideal franciscano.
“Desde o princípio da sua conversão até ao dia da morte, o bem-aventurado Francisco, embora sempre muito severo para com seu corpo, numa coisa punha o máximo cuidado: em possuir e conservar, no corpo e na alma, a santa Alegria.” (Fontes Franciscanas)
De acordo com o testemunho de Frei Tomás, um dia, Pai S. Francisco apanhou dois pedaços de pau no chão, e depois com gestos correspondentes imitava um violino. Saltitava e cantava alegremente, em alta voz, ao seu Senhor pelos bosques e campos.
Certa vez, caminhando e cantando em francês as suas espirituais canções de amor. "Uns bandidos precipitaram-se sobre ele, perguntando-lhe ameaçadoramente quem era. Respondeu ele com voz alegre e jovial:
"Sou o arauto do grande Rei”. (I Celano)
Em cada passo que ele andava em sua nova vocação, registram os biógrafos um desenvolvimento sempre mais acentuado na sua Alegria interior. Contam ainda como, para manifestar os seus sentimentos cavalheirescos para com Deus, empregou ele, junto aos leprosos, uma caridade heróica e como ficou arrebatado de Alegria ao entregar-se a uma ocupação que é, humanamente falando, asquerosa e insuportável.
Só uma vez, às portas da morte, a sua habitual Alegria parecia querer abandoná-lo. Torturado por indizíveis sofrimentos sustentou a luta durante uma noite inteira, e depois suplicou a Cristo, numa ardente oração, que lhe conservasse até ao fim a sua cavalheirosa coragem. Ouviu então uma voz dizer-lhe estas consoladoras palavras:
"Regozija-te, porque a doença é sinal do meu reino, e se a sofreres com paciência poderás esperar, com toda a segurança e certeza, a herança do reino". (Fontes Franciscanas)
“Pela manhã, com a alma elevada às alturas, compôs então o Cântico das criaturas", "o qual reúne na alma crente e amiga de Deus, todas as Alegrias naturais e sobrenaturais, fazendo-a subir ao céu, como as águas límpidas de uma fonte cantante, e a derramar-se no oceano da glória divina e da eterna felicidade". (Fontes Franciscanas)
Certo dia, em que o seráfico Pai, indo em companhia de Frei Leão, dirigindo-se para Santa Maria dos Anjos, em tempos de rigoroso inverno, embaixo da neve com admirável ternura fez a Frei Leão um discurso “sobre a perfeita Alegria”.
“Escuta Frei Leão: se suportarmos sermos maltratados brutalmente e batidos, com paciência e Alegria, pensando nos sofrimentos do Cristo bendito, e que nós os devemos suportar por amor d'Ele, ó Frei Leão, escreve que nisto está a Alegria perfeita.” (Fioretti, VIII)
“...E, por fim, escuta a conclusão, Frei Leão: acima de todas as graças e dons do Espírito Santo, que Cristo dá a seus amigos, está a de se vencer a si mesmo, e de suportar alegremente, por amor de Cristo, as penas, injúrias, opróbrios, e incómodos; pois de todos os outros dons de Deus nós não nos podemos gloriar, pois não vêm de nós... mas na cruz da tribulação e da aflição, nós podemos gloriar-nos, porque isso é nosso.” (Fioretti, VIII)
Sofrer por Cristo e pelo amor de Deus, era a mais pura e a mais forte Alegria e paz para eles.
No Evangelho a paz aparece também no momento do envio missionário dos 12 discípulos. Cristo exorta-os. Entrando numa casa deveriam saudá-la dizendo: Paz a esta casa! "Se esta casa for digna, vossa paz descera sobre ela, se não for a paz voltará para vós”. (Mt 10, 13)
A esta paz, destinada às casas nas quais os frades entravam deviam acrescentar outra saudação idêntica a todos os que encontrassem pelo caminho. Exortava seus frades a anunciar a paz e testemunhá-la com doçura. Donde se origina a tradicional saudação franciscana de Paz e Bem.
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais Consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna.