domingo, 29 de novembro de 2020

"Gaudete et Exultate" (III) | Viver a gratuidade: Eis o grande desafio

 

               Glorificar o nome do Senhor sem esperar nada em troca.                                    Viver a gratuidade: Eis o Grande desafio.


Se só Deus perceber o meu trabalho, isso é suficiente. Jesus tudo fez por nós e só Lhe sobrou a Cruz. A total ignomínia. Devo estabelecer um diálogo sincero com Deus. Me abandonar em Deus. Buscar a presença de Deus na oração. Recuperar o espaço pessoal de intimidade com Deus. A vida espiritual é um exercício. Devo moldar a minha vontade à vontade de Deus. Buscar em Deus a graça da constância. Equilibrar contemplação e ação. Marta e Maria. Entregar-me, abandonar-me, deixar-me guiar. Quem não aprende escutando aprende apanhando. Devo dar atenção à Palavra do Senhor. Ser obediente. Seremos bem sucedidos e felizes obedecendo.

Com o abuso das tecnologias acontece a desnaturalização da vida espiritual. Qual é a minha intenção mais profunda? As folgas que tenho são realmente uma necessidade ou brechas para o relaxamento? Todos os momentos de nossa vida devem ser degraus no nosso caminho de santificação. Quanto mais vivo mais humano devo ser. Não tenhamos medo da santidade. Sendo santos, seremos o que o Pai pensou quando nos criou. Isto nos leva a reconhecer nossa dignidade. Devo ir ao encontro do pleno amor do Pai. Quanto mais humano (nos moldes de Cristo) mais divino serei.

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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

"Gaudete et Exultate" (II) | Santidade das pequenas coisas realizadas por amor

Santidade nas pequenas coisas de cada dia realizadas por amor


A todo tempo dois caminhos estão à nossa frente: o bem e o mal. A vontade de Deus e a vontade própria. Muitas vezes o bem é a opção mais difícil, que exige entrega, despojamento maior, passando pela cruz. Mas a graça de Deus será maior. Às vezes me esquivo. Vejo a necessidade de fazer algo e não o faço. É Deus que me pede. Eu devo acolher. Assim minha entrega dará fruto. Devo encontrar a forma mais perfeita de fazer o que eu estou fazendo.

Fazer de forma extraordinária as coisas do dia a dia. Pedindo a Deus a graça de viver da melhor forma possível. Isto é santidade. O Ressuscitado partilha Sua vida poderosa com nossa vida frágil. Devo amar com o amor de Cristo! “Quando sou fraco é então que sou forte. Tudo posso n’Aquele que me dá força.” Nos diz São Paulo.

A vontade de Deus é que sejamos santos. Vivendo em união com Cristo. Associando-nos à Sua morte e Ressureição. Devo pedir ao Espírito Santo que me indique o que o Senhor espera de mim. Em que aspecto da minha vida a santidade está apagada, ofuscada pelo meu eu? Preciso conversar com Deus sinceramente.

Na Igreja temos a plenitude da graça de Deus para que a santidade aconteça. A Adoração Eucarística constitui uma fonte de santidade, um caminho de santificação. A Santa Missa é o ponto mais alto. O Sacramento da Reconciliação é curativo para quem caiu em pecado grave mas também preventivo para que não tornemos a cair. É preciso experimentar a graça de Deus em nós! A santidade é um dom de Deus. Devo querer ser santo e pedir a Deus esta graça. Colocando amor em tudo que faço.

Continua...

LEIA A PARTE I

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Reflexões sobre a Exortação Apostólica "Gaudete et Exultate" (I)


A partir desta quarta-feira (25/11), nosso blog tem a alegria de apresentar uma nova série de reflexões sobre a "Exortação Apostólica Gaudete et Exultate", do Papa Francisco. Tais reflexões foram recolhidas a partir das conferências de Frei Luiz Carlos Rodrigues, IFE, durante nosso Retiro Anual do ano de 2018 

A Santidade é consequência da união com Deus. Devemos nos deixar impregnar da presença divina

O Senhor pede tudo e nos oferece a vida verdadeira. A vivência das bem-aventuranças é a vivência do caminho de santidade. Abandonar-se em Deus. Apoiar-se n’Ele. É chamado à felicidade. Deus é a fonte e a origem do nosso ser. Nele temos a verdadeira felicidade. Mediocridade é saber que posso dar mais de mim, ir além, mas me contento em me dar em parte e fazer as coisas pela metade. Quanto maior a minha entrega, mais feliz serei. O Senhor nos escolheu para sermos santos. “Anda na minha presença e serás íntegro”, diz o Senhor a Abraão. Os santos nos encorajam e acompanham. Grande nuvem de testemunhas nos estimula a caminhar para a meta, uma multidão incontável de homens e mulheres...

Pertencemos ao povo de Deus. Ninguém se santifica sozinho. Deixemo-nos estimular pelos sinais de santidade de nosso povo. Quantas pessoas foram verdadeiros anjos que tiraram as pedras do nosso caminho! Cada um tem de entender o próprio caminho e não imitar algo que não foi feito para mim. Devemos considerar o todo da pessoa e não uma ou outra coisa isolada. E entender a intenção mais profunda ao considerar o todo.

A santidade vai acontecendo na proporção da minha abertura à vontade divina, no cotidiano da vida. Nas coisas pequenas do dia a dia, procurando agradar a Deus. Tudo fazer por amor. Assim vou me santificando, glorificando o Nome de Deus. O Concílio Vaticano II procurou valorizar o Sacramento do Batismo.

“Senhor, sou miserável, mas podeis realizar o milagre de me fazer melhor”. Deixemos que a graça do Batismo frutifique num caminho de santidade.

Continua...


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Reflexão sobre a "Exortação Christus Vivit" do Papa Francisco (II)


Não renuncieis ao melhor da vossa juventude, não fiqueis a observar a vida da sacada. Estas palavras do Papa Francisco são como um balde de água fria para acordar a juventude. Não observar a vida da sacada. Não confundais a felicidade com um sofá nem passeis a vida diante de um visor. Estamos num mundo em que os jovens dizem não poder viver sem celular e redes sociais. Querem conforto, facilidade, fama. Mas se esquecem do essencial. Fecham os olhos para Deus e abrem para as coisas do mundo. Isto muitas vezes os impedem de dizer sim a sua vocação. Não querem abandonar as comodidades com medo daquilo que terão de abrir mão. 

Paremos e nos perguntemos. Onde está o abraçar a Cruz? O que temos de abrir mão ainda? Dos medos, vontade própria, vaidade? O ‘eu’ não integrado pode ‘abrir a porta’ para perdição sutilmente, quando a pessoa se lança apenas ao que é fácil e desejável, esquecendo-se de que é preciso abraçar a cruz.  Jovem, é preciso mergulhar da sacada e não simplesmente se deter a observar dela. Lançar-se sem medo. Ainda que vos enganeis, arriscai. Diz o Santo Padre.

Maria é grande modelo para uma igreja jovem que deseja seguir a Cristo com frescor e docilidade. Não é de se duvidar que Maria seja um perfeito modelo não só para os jovens, mas para todos os cristãos. Maria do SIM. Espelho e exemplo de doçura, amabilidade, abertura à ação do Senhor. o SIM de Maria é o SIM que Deus espera de cada um daqueles a quem Ele chamou seu Santo serviço. Um SIM verdadeiro. De coração e não só ‘da boca para fora’. Foi um SIM fiel, mesmo sabendo que encontraria dificuldades, que teria uma grande missão a cumprir, mas como disse o Santo Padre, Maria teria, sem dúvida, uma missão difícil, mas as dificuldades não eram motivo para dizer “não”. É assim que Jesus nos chama a ser: firmes, corajosos, dóceis ao Espírito, sem se deter nas dificuldades, nem ao apego ao próprio ‘eu’, mas tendo um olhar amplo para a vontade de Deus, na certeza de que Ele estará sempre muito perto, ajudando conforme o Seu beneplácito. Em louvor de Cristo. Amém.

sábado, 21 de novembro de 2020

Celebração do Dia de Nossa Senhora da Apresentação no Mosteiro


“Maria é exemplo sublime de perfeita consagração, pela sua pertença plena e dedicação total a Deus” (Vita Consecrata 28) 

Em louvor e ação de graças a Deus pelo inestimável dom da Vocação Contemplativa Clariana, honramos festivamente a Santíssima Virgem, a contemplativa por excelência, venerada neste dia 21 de novembro sob o título de Nossa Senhora da Apresentação.

Recorda-se neste dia a consagração da Igreja de Santa Maria a Nova, construída perto do Templo de Jerusalém para comemorar a dedicação que a Virgem, conforme uma piedosa tradição, fez de si própria ao Senhor, desde a sua primeira juventude, movida pelo Espírito Santo, de cujas graças estava repleta desde a sua Imaculada Conceição.

«Quando a menina completou três anos, Joaquim disse: «Chamai as meninas dos hebreus que não tenham qualquer mancha e tome cada uma delas uma lâmpada, uma lâmpada que não se apague. A menina não deverá voltar atrás e o seu coração não permanecerá fora do Templo do Senhor» (Proto-Evangelho de Tiago)


Participamos pela manhã da Santa Missa presidida pelo Frei Luiz Carlos, IFE, nutrindo-nos da mesa da Palavra e da Eucaristia.

Trazemos para nossas vidas o exemplo de Maria Santíssima que com Seu Imaculado Coração nos estimula a vivermos plenamente a nossa vocação contemplativa, inserida no próprio coração da Igreja, Corpo de Cristo, cujo fim é a redenção dos homens e a perfeita glorificação de Deus. (CCGG 61)

Também tivemos a oportunidade de celebrar o dia Onomástico de nossa Rev. da Madre Ivone Maria da Apresentação, saudá-la festivamente e também ofertar-lhe o nosso Ramalhete Espiritual. A exultante afirmação de Maria no cântico do Magnificat; “A minh‘alma engrandece ao Senhor” (Lc 1 46) muito bem se emprega à nossa querida Madre Ivone neste dia tão especial. Somos profundamente gratas pelas maravilhas que o Senhor tem realizado em nossas vidas, pela mediação da Abadessa que, em Sua infinita Misericórdia, Ele nos confiou.

Que o Espírito de Deus continue fortificando-a em sua tão importante missão materna neste Mosteiro de Santa Clara. Em louvor de Cristo. Amém.