sábado, 30 de setembro de 2023


Sexto dia da Novena de São Francisco de Assis


Francisco e Clara: duas legendas inseparáveis


Um inefável vínculo carismático cria uma profunda comunhão entre a Ordem dos Frades Menores e a Ordem das Irmãs Pobres. Este vínculo, misterioso e real, é o da vida e pobreza do altíssimo Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe santíssima, que o Pai Francisco e Mãe Clara abraçaram e viveram com amorosa dedicação até o fim.
A Ordem já estava no pensamento do Pai S. Francisco no momento em que, logo depois de sua conversão, restaura a Igreja de São Damião:
Movido pelo Espírito do Senhor profetiza que haveriam ali jovens que optariam pela castidade perpétua, entre as quais a Mãe Clara, virgem amantíssima de Deus, primeiro rebento do jardim, perfumada como branca flor primaveril, esplêndida como estrela fulgurante.
"Ele, ouvindo a boa fama de Clara começou a exortá-la, induzindo-a para servir a Cristo com toda a perfeição.
A Mãe Sta. Clara, convertendo em esmolas todos os bens que possuía, quis dar, assim, a Cristo, junto com a sua própria pessoa, também tudo o que tinha.
Seguindo a Jesus Cristo que é o Caminho, a Verdade e a Vida, o Pai Francisco e a Mãe Clara contentaram em possuir a Deus só. (CCGG Art. 9,1)
“O Filho de Deus se fez para nós o Caminho. E foi neste Caminho que nosso Pai São Francisco, seu autêntico "apaixonado" e seguidor, nos mostrou e nos ensinou pela palavra e pelo exemplo.” (Testamento Sta. Clara)
“Enquanto o bem-aventurado Francisco, por inspiração do Espírito Santo, viveu a dimensão contemplativa e apostólica, a bem-aventurada Clara, juntamente com suas irmãs, pondo o Verbo no coração e o coração em Deus, escolheu para si, como modo peculiar de vida, dar testemunho de Cristo em contemplação no monte, a sós com o Pai, que n’Ele muito Se compraz.” (CCGG Art. 4, 2)
Ali onde nasceram antes os seus frades e se multiplicaram como uma verdadeira bênção de Deus sobre a terra, iam agora nascer as "Senhoras Pobres", que constituiriam a segunda Ordem Franciscana.
Francisco exulta. Não estará mais sozinho em sua grande obra reformadora, mas terá junto a si uma doce irmã em pobreza, uma perfeita e fiel discípula, guarda segura de seus ensinamentos e de sua vontade.
Com que cuidados e admiração o Pai S. Francisco devia cercar está flor rara e preciosa que se confiava a ele.
A elas também, e tanto quanto era possível, mandou observarem o Evangelho, a exemplo e sob a direção dos Irmãos.
A Mãe Santa Clara foi uma filha desvelada e dedicada do Poverello e a encarnação da pobreza que ele tanto amou, pregou e viveu; assim foi toda a sua vida, desde que a seu conselho se despojou do suntuoso palácio, riquezas e honras, para se consagrar em S. Damião, a Cristo Pobre.
Ela foi a guardiã incorruptível do evangelico ideal do amor e da pobreza.
Depois que o Pai S. Francisco a consagrou ao Senhor, Clara não procurará outro apoio senão o dele. Ela se coloca sob a sua diração numa confiança tão simples, que ela não reconhecerá jamais um olhar para o passado. Suas almas caminhavam lado a lado e se apoiavam uma sobre a outra.
O bem-aventurado Pai Francisco, depois de compor os louvores de Deus pelas suas criaturas, ditou também um cântico, letra e música, para consolação das pobres damas do convento de São Damião. Bem sabia quanto elas se afligiam com a sua doença. Como não podia ir lá pessoalmente visita-las, enviou-lhes companheiros, com a mensagem.
“Ouvi, pobrezinhas, eleitas do Senhor, que de muitas partes e regiões fostes congregadas. Vivei sempre na verdade. Permanecei na obediência até a morte. Não olheis a vida exterior, porque a do Espírito é melhor. Peço-vos, com todo o afeto, que useis com discrição das esmolas que o Senhor vos dá. As que se acharem sob o peso da enfermidade, e as demais que por ela se afadigam umas e outras, suportai-o em paz. Um dia vereis o preço desses trabalhos, pois, cada uma de vós será coroada rainha no céu, com a Virgem Maria.” (Audite Poverelle)
“O binômio Francísco-Clara é uma realidade que se compreende só através de categorias cristãs, espirituais, celestes; mas é também uma realidade desta terra, desta cidade, desta Igreja.” (São João Paulo II)
Senhor Jesus, que os exemplos doe Seráficos Pais Francisco e Clara, que dóceis às vossas inspirações e movidos pelo vosso santo Espírito, foram pelas suas vidas baluartes seguros e faróis refulgentes a iluminar e fortaleces a Santa Mãe Igreja. Que também nós, suas filhas, através do carisma que nos deixaram sejamos as auxiliadoras dos membros doentes e frágeis do vosso inefável corpo.

 

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